Somente um homem considerado santo, como o filósofo São Tomás de Aquino
Somente um homem considerado santo, como o filósofo São Tomás de Aquino, para definir que “política é a arte de governar os homens e administrar as coisas, visando o bem comum, de acordo com as normas da reta razão”. Certamente se ele vivesse nos dias atuais, principalmente nesta terra tupiniquim, esta definição tão pura e ilusória, seria redigida de forma e conteúdo diferentes.
Não dá para imaginar, mesmo me considerando um homem politizado, depois de viver alguns anos além de meio século, como seria bom se realmente os nossos políticos seguissem à “risca”, os conceitos clássicos da verdadeira política, dentre eles o descrito por Aristóteles, um dos maiores sábios gregos, que afirmava “ser a política a ciência e a arte do bem comum”. Para ele “o Estado deveria ser governado em proveito de todos, e não apenas em proveito dos governantes ou de alguns grupos”.
Voltando à realidade do Século XXI, no País “tropical e abençoado por Deus”, que tem um governante no planalto central, considerado o melhor “menino propaganda e cabo eleitoral”, motivado e incentivado quase sempre pelo número 51, da boa ideia, temos um congresso eleito sob a fiscalização e orientação do Poder Judiciário, ficando no aguardo do resultado do segundo turno no planalto central e em alguns estados quanto ao Poder Executivo.
Ao olharmos a listagem daqueles que vão nos representar nas Assembleias Legislativas e no Congresso Nacional, concluiremos que é absolutamente vergonhosa a falta de memória política do povo brasileiro, ao vermos que muitos eleitores ainda escolhem os nomes de palhaços e de antigas múmias que mal dão conta de sair de seus sarcófagos, mas que sabem de cor e salteado os segredos e as senhas que abrem as torneiras dos cofres do Banco Central e Tesouro Nacional.
Existe prova maior de que a grande maioria do eleitorado brasileiro não passa de surfistas eleitorais, que sempre seguem as ondas lançadas pelos marqueteiros experientes e ilusionistas contratados pelos politiqueiros e aproveitadores dos banquetes financeiros dos cargos públicos elegíveis?
Enquanto alguns deslizam em suas pranchas iluminadas pela postura da indecisão, sobre as ondas da ilusão do dever cívico devidamente cumprido, aqueles que votaram de forma consciente, vão engolindo um resultado amargo e enjoativo de algumas reeleições e reestreias destas assombrações e seus herdeiros, que juntos com comediantes, costureiros, cantores e corruptos, realizam verdadeiras “macaquices” e palhaçadas nos horários políticos, prometendo “mundos e fundos”, aquilo que não cumprirão, sendo eleitos graças à ignorância política da população e da “Lei de Gerson”, na qual a maioria não se cansa de esperar um dia poder “mamar nos seios ilimitados” dos órgãos públicos e das “bolsas de incentivo à vagabundagem”.
Infelizmente, o Brasil está inundado por esses surfistas eleitorais, que a cada eleição votam de acordo com a onda traiçoeira da corrupção e depois vivem quatro anos lamentando, quando na verdade, por causa de sua irresponsabilidade, todos nós vivenciamos o naufrágio moral da política brasileira, sobrando apenas uma pequena fatia, muitas vezes silenciosa, de políticos honestos e comprometidos com o bem-estar da população.
(*) advogado e articulista