ARTICULISTAS

Os falsos políticos...

Começo meu artigo de hoje citando Alexandre Spinelli quando diz que, no Brasil, cultivamos o estranho hábito de analisar a música sem conhecer Bach, de tratar do capitalismo sem avaliar Marx...

Marco Antônio de Figueiredo
Publicado em 03/04/2017 às 07:55Atualizado em 16/12/2022 às 14:14
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Começo meu artigo de hoje citando Alexandre Spinelli quando diz que, no Brasil, cultivamos o estranho hábito de analisar a música sem conhecer Bach, de tratar do capitalismo sem avaliar Marx, de discutir sobre educação sem estudar Paulo Freire e, sobretudo, de discutir política sem entender Orwell ou Galeano. Logo, enquanto preferirmos a mídia aos livros, como fonte de informação, estamos fadados ao analfabetismo político.

Sabendo disso, dá para concluir que nossos pensamentos de hoje podem não ser o que estaremos a pensar amanhã sobre política, diante da dinâmica parasita na arena de leões e lobos travestidos de cordeiros, que disputam a chamada representação popular.

O que está diante de nossos olhos são verdadeiros atores travestidos de representantes desta Nação Tupiniquim.

Política é um altar sagrado que se deveria chegar lá somente para dar voz à verdade e não um palco de circo ou de algum programa dominical de televisão, onde somente expõem obras de ficção.

Infelizmente teve razão Fábio Ibrahim, quando afirmou que os melhores atores não estão na televisão, estão na política, pois eles conseguem encenar tão bem que convencem os ignorantes, que a vida é uma imensa novela, com histórias entre o bem e o mal, se colocando como vítimas, alimentando esperanças e recebendo majestosos salários e imensuráveis mordomias, dentro do teatro chamado governo.

Quem é pelo menos um pouco politizado, sabe que nossos atores do Planalto Central governam o país como se fosse o quintal de suas casas e a economia como se fosse um bazar onde se expõe produtos “genéricos”, importados do Paraguai.

Em 2018, teremos eleições para governadores, deputados, senadores e presidente, mas se mantiver o mesmo sistema de fazer economia e de administração de recursos, de nada adiantará, pois continuaremos nas mãos dos mesmos predadores que vivem da venda e revenda dos recursos nacionais.

A verdade é que muitos dos problemas que nós vivemos resultam da falta de resposta nossa como cidadãos. A grande maioria fica calada quando pode pensar, falar, manifestar, escrever e, principalmente, aprender a votar.

Como cidadão, acreditarei na política quando os atores que perpetuam no camarim do estrelismo saírem do picadeiro e os novos que assumirem o poder pararem de dividir a sociedade em raças, credo, classe econômica, classe intelectual, classe dos apadrinhados, classe dos bajuladores, quanto mais dividido melhor a quem é menor em matéria de ética e honestidade.

Os falsos políticos gostam de diminuir a educação e o conhecimento do povo para alcançar seu controle porque têm medo de sua força.

Espero que todos brasileiros acordem sem o canto da sereia, não só pintando a cara, mas, principalmente, a vergonha na mente e no coração.

(*) Marco Antônio de Figueiredo – Advogado e articulista

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