Estou novamente com aquela insônia, que insiste em permanecer no meu cotidiano, aproveitando o frescor da madrugada. Sentei em frente ao notebook e resolvi não pensar nos problemas e “mazelas da santíssima terrinha”.
Acabei de ler um livro do meu amigo, Imortal (ocupante da Cadeira 32) e atual Presidente da Academia de Letras do Triângulo Mineiro, João Eurípedes Sabino. A leitura me inspirou a escrever um pouco sobre os nossos Imortais.
Sei que escrever sobre a Academia de Letras é uma tarefa difícil para um simples mortal como eu, porque não dá para inserir um só substantivo fora de lugar, pois isso poderia desmoronar minha intenção primária de elogiá-los.
A Academia foi idealizada por José Mendonça, Edson Gonçalves Prata e Monsenhor Juvenal Arduini, sendo eles considerados intelectuais e escritores de destaque em Uberaba e em todas cidades das Alterosas.
A ALTM foi fundada em 15 de novembro de 1962, através de uma reunião realizada na sede da antiga Sociedade Rural do Triângulo Mineiro, atual ABCZ, sob a Presidência de José Mendonça, tendo por finalidade a divulgação e eternização da cultura da língua, da literatura, especialmente do Triângulo, além do estudo dos problemas sociais e científicos, a união dos intelectuais do Brasil Central e a difusão de suas obras e conhecimentos gerais.
Depois de árdua luta para conseguir uma sede para abrigar nossos imortais, hoje, a sede da Academia está instalada na Rua Lauro Borges, nº 347, em Uberaba.
Imortais! Esse é o termo utilizado para todos os membros da Academia de Letras, pois eles viverão eternamente na memória da cultura de nossa cidade, região e por todos os rincões do Brasil, pois são dotados da capacidade de expor seus feitos através das letras, conhecimento, sensibilidade e criatividade.
Ser Imortal, é muito mais do que ser um articulador de palavras; é sentir a necessidade de transmitir o que se sente através do conhecimento e sentimento.
Para ocupar uma cadeira na Academia de Letras tem que saber partilhar com o silêncio das letras e o som das palavras, os seus sonhos e imaginações.
Ser Imortal, é sentir e transmitir quando se escreve, o pulsar do coração, rasgar os paradigmas do preconceito e as regras que coagem os sentimentos.
Ser um imortal, é saber prender a atenção de seus leitores, fazendo-os entender suas interrogações e suas decisões; saber dar corda à imaginação e, ao mesmo tempo, minimizar as próprias dores e a alegria, prestes a explodir dentro do peito.
Ser Imortal, é saber eternizar em páginas de livros e publicações, o universo da imaginação e satisfazer-se ouvindo as palavras da própria alma.
Ser Imortal, é fixar com letras, quer seja com versos ou prosa, o sorriso e a lágrima da alma, o esplendor da vida e a beleza do amor!
Meu espaço acabou, e precisaria de muitos outros para externar mais um pouco do muito que é ser um Imortal, ocupante de uma cadeira na Academia de Letras do Triângulo Mineiro.
(*) Marco Antônio de Figueiredo
Advogado e Articulista