Ao ler o artigo “Interrogações”, escrito pelo meu amigo Padre Prata, no JM de ontem, parei para refletir os questionamentos feitos e sobre a leitura do livro “O nobre deputado”, indicado por ele.
Fiz um paralelo sobre aquele compêndio, com vários artigos e crônicas que havia lido, sobre a postura sempre corrupta, em destaque, quanto ao exercício da “nobre profissão de representante do povo”.
Flavio Paranhos, com muita maestria, publicou certa vez uma crônica sobre o “Congresso dos Ratos”, onde visualizamos políticos eleitos, derrotados, concursados e comissionados em todas as esferas do serviço público e, “permissa vênia”, faço aqui uma paródia de um conto de fadas, sobre um lugar imaginário, um “sertão” valoroso, encravado no nariz, “às vezes resfriado”, desta terra rica em minérios e gado leiteiro.
Da crônica me lembro do rato “Celobar”, que agora, neste país imaginário, chamaremos de “Avenca, por gostar de sombra e água fresca”, que se julgava um “chefe” a comandar todo o “Congresso”, assim chamado por ter alguns frequentadores do “esgoto” da corrupção. “Avenca” era totalmente desprovido de qualquer tipo de dignidade e autocrítica e dependia dos outros para tudo, fato este que não admitia. Às vezes, ele agia por conta própria e era um desastre.
Ninguém prestava atenção em “Avenca”, mas um ou dois membros do conselho superior decidiram ajudar o “chefe”. Um dos membros, o “Ratazana” mais graduado dos subalternos, logo depois de um pigarro demorado, disse: – penso que esse sujeito, esse mísero diretor, atrevido, que não tem lado para chegar e convidá-lo a fazer parte do Congresso de Ratazanas, negou a assinar os documentos que precisamos para enganar os habitantes carentes desta “terra de ninguém”, fato que renderia pontos nas pesquisas. Isso é inaceitável. Não podemos deixá-lo onde está, temos que convencer o Rei de que estamos agindo com lealdade e condicionar nosso apoio a ele, pedindo a cabeça desse “mosqueteiro”, pois ele poderá expor nossos podres e isto é insano. Transparência demais é burrice, disse o Ratazana.
– Isso! Mata! Degola! – gritou em coro a ativa “rataiada”, que acompanha o “Avenca”, e que aos pouco vai se considerando imbatível ao concorrer com outros roedores que buscam insanamente uma forma de chegarem perto do “queijo” para satisfazerem a infindável fome, ou quem sabe, chegarem até o tesouro real e encher a “guaiaca” de dinheiro.
Mas o rei decidiu manter a integridade moral e a fidelidade que sempre teve para com seus fiéis parceiros, enfrentando a pressão do triunvirato do “esgoto”, que exigia a degola de um diretor fiel e honesto, em troca de um apoio que já foi pago com juros e correção, não aceitando a chantagem feita contra um provável candidato nas próximas eleições, nesta “terra prometida”, sob o cognome de “candigato”, o exterminador de ratazanas e ratos da política.