O tema violência, seja ela urbana, contra a natureza, ou por uma infinidade de outros motivos escusos e sem definição moral, se exibe, há tempos, como se fosse a única forma de render dividendos diante de uma fonte inesgotável de notícias e comentários.
A sociedade já não aguenta mais abrir os jornais, todos os dias, e ver manchetes, de propaganda gratuita do poder bélico e de logística do crime, como tendo um “Poder” que supera o esforço incansável dos combatentes das milícias do tráfico, por causa da indecente legislação Penal que obriga o Poder Judiciário a soltar criminosos contumazes.
É frustrante ver a estatística estarrecedora de crimes violentos continuarem a crescer de forma imensurável, sendo eu mais um nesta sociedade reprimida, sentindo que a tal liberdade tão propalada nas campanhas políticas, está cada vez mais distante da realidade.
A mídia do Brasil e do mundo esta semana deram atenção especial à guerrilha sangrenta da “cidade maravilhosa” brasileira. Nem mesmo o final dos campeonatos mereceu tanto espaço no país do futebol.
A tolerância está no limite. Temos que enfrentar as causas, cobrando soluções do Poder Público e, ao mesmo tempo criar redes comunitárias de proteção e apoio, discutir e apresentar sugestões sobre questões de segurança pública em sua rua e seu bairro. Isto não quer dizer que a sociedade pretende subestimar ou substituir as funções do Estado, mas demonstrar união e disposição de trabalhar em conjunto.
Em Uberaba o 4º BPMG designou o capitão Wesley Rosa para coordenar equipes responsáveis da segurança de 53 bairros. Ele tem feito reuniões sistemáticas com a população, ouvindo e sentindo de perto os problemas concernentes a cada região, traçando estratégias e formando a chamada “Rede de Vizinhos Protegidos”. O resultado o tempo dirá, pois o projeto ainda necessita de mais estudos, ações pontuais, maior efetivo humano, aparelhamento logístico mais especifico, etc.
Dentro da sinceridade peculiar do capitão Wesley, ficou claro durante seu pronunciamento, o inconformismo com o distanciamento e a não participação do Ministério Público e do Poder Judiciário nas reuniões.
O capitão da Polícia Militar mostrou que a Prefeitura pode ajudar na prevenção e eliminação desta saga de violência que assola Uberaba, iluminando melhor as ruas e espaços públicos, limpando seus terrenos baldios, implantando mais projetos sociais, construindo espaços de convivência, etc.
Na reunião do dia 30 de novembro, na Aisp do Bairro Olinda, vou apresentar a sugestão que ouvi de amigos, para que nossa presidente eleita aperfeiçoe o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) e crie o PDV (Plano de Desaceleração da Violência), pois não adianta alcançarmos o desenvolvimento econômico se não tivermos vida para usufruí-lo.
Como cidadãos, devemos participar e lutar por um mundo sem violência, pois como dizia Raul Seixas, “basta ser sincero e desejar profundo, você será capaz de sacudir o mundo... e não diga que a vitória está perdida, se é de batalhas que se vive a vida... vai... tente outra vez!”