O caldeirão político começa a borbulhar nos bastidores, com alguns dirigentes partidários se comportando como hienas, sem contar as velhas raposas ou aqueles que se vendem por ninharias, quando não, alguns velhacos capitães de partidos nanicos, que se comportam como macacos, entregando tudo em troca de bananas.
Mas, enquanto as rasteiras são aplicadas por aqueles que só sabem fazer politicagem e ocupar lugar na mídia, pelos quatro cantos da cidade o “refrão” predominante é de que os políticos, assim como as instituições políticas, há muito ocupam o pódio da rejeição popular, tendo como destaque algumas múmias que ainda insistem em sair dos sarcófagos enterrados em pleno sertão da farinha podre, não mais dominado pelos descendentes de Major Eustáquio.
Não sei se serve de consolo, mas isto não se restringe aos domínios dos Zebulóides e suas senzalas. Em todo lugar deste nariz tupiniquim, com raríssimas exceções, os políticos são aclamados pela antipatia e descrédito dos eleitores. A letra da música cantada por Bezerra da Silva se encaixa direitinho nos sentimentos externados pela maioria da população votante uberabense quando diz que “para tirar o Brasil dessa baderna só quando o morcego doar sangue e o Saci cruzar as pernas”.
A revolta é tão grande que o que mais se ouve é o povão dizer que vai anular o voto para presidente, pois não dá para encarar mais quatro anos de “Petralhas” – (plagiando meu colega Leuces Teixeira), ou encarar o “Don Ruan das Alterosas”, também conhecido como “Traécio”, com sua megalomania administrativa, talvez querendo construir um Palácio do tipo da “Terra do Nunca”, como construiu em Belo Horizonte. E Marina? Quando apareceu a primeira real oposição no partido Verde, preferiu fugir para não enfrentar o chamado “fogo amigo”. Como se comportaria dirigindo uma nação como o Brasil? Quanto aos demais... sem comentários.
Dá para entender o porquê de que mesmo com o voto obrigatório, um percentual considerável de eleitores não vai às urnas e, se comparece, aumenta a soma dos votos nulos e brancos. Mas é preciso separar o joio do trigo. Não podemos negar que existem as exceções que se caracterizavam pela diferenciação, por inspirar confiança e esperança em seus eleitores, representando o novo, o diferente, sem os vícios adquiridos nas “latrinas e esgotos” do submundo da dominante politicagem, comandada pelas antigas múmias que fizeram da política uma atividade profissional, um meio de segurança econômica e social, que na maior “cara de pau” compra espaços para divulgarem seus feitos no Congresso, assembleias e secretarias, como se tivessem o poder executivo de liberar verbas e executar obras.
Que estejamos preparados para as visitas sorridentes, aqueles abraços carinhosos, olhares azulados e melancólicos, tapinhas nas costas e nosso nome na ponta da língua daquele que visita eleitores só às vésperas das eleições. Mesmo não conhecendo os politiqueiros do “Sertão da Farinha Podre”, os dicionários, encaixando perfeitamente ao curriculum de muitos deles, define politicagem como “política mesquinha, estreita, de interesses pessoais”; “o conjunto dos políticos pouco escrupulosos, desonestos”.
Marco Antônio de Figueiredo
Articulista e Advogado
Pós-Graduado em Ciências
Políticas pela UFSC
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