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Prefeita ou Prefeito em 2020?

Lendo as colunas Alternativa e Cá Entre Nós no Jornal da Manhã desta semana fiquei por horas a refletir

Marco Antônio de Figueiredo
Publicado em 04/12/2019 às 22:14Atualizado em 18/12/2022 às 02:30
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Lendo as colunas Alternativa e Cá Entre Nós no Jornal da Manhã desta semana fiquei por horas a refletir sobre os comentários sobre a política local. 

O que mais chamou a atenção foi o fato de que pela primeira vez o nome de uma mulher foi que deu a largada na pré-candidatura para o cargo majoritário, a filiada ao Partido Novo, a presidente da Fiemg, Elisa Araújo.

Outro nome citado foi do ex-prefeito e atual presidente da CODAU, Luiz Guaritá Neto, que sem dúvida nenhuma foi um dos melhores administradores desta terra de Major Eustáquio.

Mas, após muito refletir, respeitando, é claro, as opiniões contrárias, já está passando da hora de Uberaba deixar o preconceito machista de lado e refletir sobre a capacidade administrativa feminina.

Está no momento certo de nossa cidade mostrar que aceitamos com dignidade e honradez a posição das mulheres em nossa sociedade, contrariando até mesmo as estatísticas apresentadas no “Mapa Mulheres na Política 2019”.

Um relatório da ONU e da União Interparlamentar mostra que o Brasil ocupa a posição 134 de 193 países pesquisados, com 15% somente de participação de mulheres.

Para se ter uma ideia, são 77 deputadas em um total de 513 cadeiras na Câmara, e somente 12 senadoras entre os 81 eleitos.

E em Uberaba? Somente uma vereadora! E quantas prefeitas Uberaba já teve? Qual a experiência o uberabense pode afirmar, positiva ou negativa, de uma administração municipal feminina tivemos?

Que vergonha!!! Uma terra em que tivemos vereadoras como Marilda Ribeiro, Teresinha Cartafina, Lélia Inês, Patrícia Zaidan e Denise Max, presidentes femininas do Lions, Rotary, da Academia de Letras, de empresas, Fiemg, etc., e nunca uma prefeita ou a vice-prefeita? Que machismo é este neste sertão da Farinha podre?

Será que nestas famílias tradicionais uberabenses e nestas associações de classe ou mesmo entre as imortais da Academia de Letras até hoje não surgiu uma mulher capaz de ser prefeita de Uberaba? Não dá para acreditar que não existem mulheres uberabenses capazes de ocupar cargos de poder, de serem eleitas ou terem voz ativa nas tomadas de decisões políticas.

É hora de acabar com a exclusão histórica das mulheres na política e com a baixa representatividade feminina no governo, quebrando de vez o cenário absolutamente masculinizado que perdura ao longo da nossa história.

A Hora é agora para mudanças! Vamos valorizar mais as mulheres na política. Para isso é necessário que os políticos, os partidos e os eleitores se comprometam em analisar e viabilizar uma agenda mais igualitária e que a sociedade uberabense consiga estimular e exigir uma mudança nesse cenário machista hoje aqui impregnado. 

(*) Articulista e advogado

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