Às vezes não dá para diferenciar, se Uberaba é a Terra de Major Eustáquio, a “Zebuloide” ou a eterna “Princezinha do Triângulo”. Uma coisa é certa! Uberaba é aquela velha e provinciana terra “machista”, onde as mulheres podem até usar roupas de griffe e sapatos Scarpin Czarina, mas mesmo assim não conseguem sobressair, politicamente falando.
Aqui, pelos próximos quatro anos, nenhuma mulher ocupará um cargo mandatário nos poderes Executivo e Legislativo e para completar, nem a somatória dos votos das mulheres que disputaram a presidência da OAB/Uberaba consegue aproximar do resultado alcançado pelo Dr. Vicente Flávio.
Nada contra os homens, mas até o STF já teve uma mulher como presidente e temos mulheres na Presidência da República, Petrobras, ALTM, Justiça local, assim como proprietárias e mandatárias de grandes, médias e pequenas empresas, concluindo existir, nesta terra de Major Eustáquio, um ar preconceituoso e tacanho.
Infelizmente ainda estamos vivendo nesta imposição machista, com representante do povo gritando e esbravejando, querendo enfiar suas opiniões goela abaixo como dono da verdade, assim como candidatos vitoriosos e derrotados que nem mesmo sabem dizer um muito obrigado àqueles que dedicaram, muitas vezes voluntariamente, parte do seu precioso tempo pedindo voto ou mesmo ajudando financeiramente, ou ainda pior, assistir aquele mandatário que se veste de cordeiro no apagar das luzes, quando durante todo o tempo em que se manteve no poder, somente rastejou como uma serpente mortal entre seus subordinados para, ora aplicar o veneno mortal, ora para espremê-los como uma sucuri, quando não, dar aquele abraço mortal de tamanduá, naqueles que foram responsáveis, com suor, depressão e sacrifício, pelas conquistas em seu mandato.
Está certo que vivemos num mundo cão e que têm certas profissões que exigem coragem para serem vencedores. São cargos que requerem, competência, maturidade política, sagacidade, disposição, humildade e paciência, ao serem ocupados por julgadores, fiscais da lei e adminstradores públicos.
Lendo Otto Lara Resende, vivenciei o fim de uma era política, onde derrotar seus adversários e auxiliares, esmagar, matar e aniquilar quem ousava contradizer era o cardápio principal, onde a culpa chegou ao ponto de se negar a entregar o mandato a seu sucessor, usando desculpas e “justificativas” esfarrapadas, sem nexo, contrariando sua usual postura tirana, maquiavélica, hitleriana e firme, de quem nunca se acovardou diante dos fatos.
Espero estar acabando o tempo dos “machistas” tomando “benção” de políticos e dirigentes que só sabem “embromar” e querer transformar com “lero-lero”, a fantasia em verdade, o desperdício em desconhecimento, a incapacidade em desculpa esfarrapada e a má gestão em “merreca” e marola.
(*) Articulista; advogado; pós-graduado em Ciências Políticas pela UFSC