ARTICULISTAS

Saudades da minha infância

Hoje, quinta feira... o sol começa a raiar e não sei se são os estridentes cantos dos pássaros

Marco Antônio de Figueiredo
Publicado em 28/08/2019 às 19:16Atualizado em 17/12/2022 às 23:49
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Hoje, quinta feira... o sol começa a raiar e não sei se são os estridentes cantos dos pássaros no quintal ou o perfume das rosas que se espalha no ar, mas meu coração bateu mais forte me trazendo à memória imagens da minha infância. 

Talvez tenha sido o curto espaço de tempo entre o dia de hoje e as comemorações do Dia dos Pais, mas meus pensamentos viajaram lá pelos idos dos anos de 70, trazendo belas recordações.

Como dizia aquela música de programas humorísticos... “tempo bão, não volta mais, saudades do tempo que ficou para trás.”

Tempo em que a preocupação não existia e tudo eram sonho e encanto, não existiam amigos virtuais, tudo era verdadeiro.

Tempo bom em que os compromissos, a ansiedade e a responsabilidade profissional não invadiam meu espaço e, quando existia a tristeza, era porque nossa mãe nos chamava para ir embora para casa.

Que coisa mais gostosa quando acabavam as aulas e chegava a hora de ir para a rua soltar pipa, encontrar os amigos para jogar “bete”, andar de carrinho de rolimã, bater papo com a turma, jogar bolinha de gude e tantas outras coisas.

Na infância, a palavra saudade não fazia parte do dicionário, não existiam amigos virtuais, tudo era real e simples, a família estava completa e a dor da perda ainda não havia chegado, tudo parecia eterno.

Bons tempos aqueles em que um dia era igual a dois dias nos tempos de hoje. Lá dividíamos o dia em duas partes, sendo uma na escola, que parecia não acabar mais, e o resto do dia seria como se fosse outro dia, só lazer.

Também não era ruim o horário da escola, principalmente o recreio, onde brincávamos de mãos no bolso, jogar bola naquela quadra cheia de buracos e tantas outras brincadeiras, que não dá para recordar todas.

E, agora, em pleno século 21? Como é a infância nos dias de hoje?

Não dá para comparar... chego a ter pena das crianças de hoje, pois não sabem o valor do tempo. Hoje os encontros são pela internet e “bate-papos são pelo MSN, Facebook, Instagram, WhatsApp, Telegram ou qualquer outra rede social.

Chegou a hora de trabalhar, mas, antes de ir, não posso negar que dá saudades da minha infância, até mesmo das broncas de meus pais, mandando eu entrar para fazer as tarefas da escola, e das briguinhas com meus amigos de escola e rua.

Tenho certeza que tudo valeu a pena e, graças a essa infância que tive, faço minhas as palavras de um dos maiores poetas de nosso tempo, Mário Quintana: “Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão... que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades e às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim...e que valeu a pena”. 

(*) Advogado e Articulista

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