Neste final de semana tive a oportunidade de relembrar meus tempos de mocidade ao reunir, por várias horas, com o amigo Fakher Azor Fakhouri, e aprender muito com sua sabedoria vinda dos princípios
Neste final de semana tive a oportunidade de relembrar meus tempos de mocidade ao reunir, por várias horas, com o amigo Fakher Azor Fakhouri, e aprender muito com sua sabedoria vinda dos princípios étnicos da região do Oriente Médio. Nosso “papo me trouxe a lembrança das reuniões rotineiras na casa do sábio “Salim da Casa Selma”, quando ia acompanhando o Dr. Luciano Justiniano Ribeiro. Falamos sobre visão comercial, espírito de equipe, convivência comunitária, sobre a somatória do um mais um para resultar em três e nos procedimentos para manter e recuperar clientes, dentre tantas outras coisas que vão ficar gravados para a eternidade, na alma deste aprendiz insaciável. No entanto, o que mais me fez refletir foram as palavras mostrando um passado não muito distante, das mudanças ocorridas em nossa cidade chegando à conclusão que somos sim, muitas vezes chatos, fechados, arrogantes, bucólicos, tacanhos, mas não permitimos que nos critiquem. Deu para concluir que há muito tempo Uberaba não é mais a capital do Zebu, a cidade universitária do Triângulo, a cidade da ação social, a terra do Chico Xavier. Mas, mesmo assim, continua sendo uma cidade que exala um ar que mistura o conservadorismo com aspirações para crescer. O ditado popular diz que, Uberaba é a cidade mais festeira de Minas Gerais e a melhor do mundo para se viver, depois de São Paulo, segundo os socialites zebuínos. Realmente já foi, mas de uns tempos pra cá, tornou-se cidade sem lei, na capital mundial de multas de trânsito, e da prefeitura de buracos nas calçadas, ruas e avenidas, na capital triangulina de assaltantes e assassinos no volante de duas rodas, sem contar os políticos “contadores de papo”, com o falso produto de marketing, do vai ter que nunca vem. Uberaba é uma cidade alegre e cheia de mentira, com um povo sem direito, sem pão, mas com filas intermináveis no antigo CAMM e Hospital de Clínicas; que não vê mais a água outrora cristalina, mas vê o assalto na praça e na esquina, praticado pelo jovem desesperado para comprar a droga; cidade dos jovens recalcados e mal-educados, que todas as noites com seus “carros-bombas,” disputam quem é mais idiota e sem caráter. Podem não mais existir shows no Parque de Exposição, os bailes no UTC, no Sírio e no Jockey, mas que conserva os ensinamentos sábios de grandes mestres como Aluízio Ignácio, Paulo Maia, Sílvio Fausto de Oliveira, Murilo Pacheco de Menezes, Edson Prata, Ronaldo Cunha Campos, Luciano Justiniano Ribeiro, Luiz Manoel da Costa Filho, Virgílio Alvim, Ariovaldo Alves de Figueiredo e tantos outros. Não me emociona festejar seu aniversário com essa “glória dos fogos de artifício”, enquanto sua alma é violada e estripada, seu coração arrancado pelo desleixo e desamor, por aqueles que dizem administrá-la. Espero que este meu desabafo acorde muitos uberabenses do sono letárgico em que se encontram, não permitindo que nossa cidade deixe de ser o que sempre foi no cenário nacional, para ser, simplesmente Uberaba.