Hoje não vou falar dessa maldita política, esse câncer que mata sem precedentes milhares de pessoas a todo instante pela incapacidade de ser honesta. Não vou falar desse inimigo que destrói nossa capacidade de viver com dignidade e o mínimo de condições de saúde e segurança.
Hoje estou focado na afirmativa de Sêneca, que expressou: “Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida”. Assim vou escrever sobre algo vivido e que aflora a felicidade, toda vez que vem à mente.
Era um feriado prolongado, em pleno verão, fomos descansar no rancho, minha família e um amigo de minha filha, conhecido como Nascimento.
Como sempre reunimos todos os dias com amigos, sempre ciceroneados pelo casal Luis Fernando e Mônica, tendo como Master Chef o inigualável Tiago que sempre de bom-humor e sorriso nos lábios, preparou todos os deliciosos pratos.
Tive a oportunidade de conversar com Gilmar, o outro Tiago, o cuidadoso e sempre sorridente “Vandinho” – que proporcionou uma tarde de passeios de “lancha” para a moçada e adultos, e tantos outros amigos de rancho.
Mas, desta vez tive a oportunidade de conviver e dialogar “mais de perto”, todos os dias e por um período maior de tempo, com o “Tatá”- (José Carlos), chegava sempre apertando as mãos de todos que ali estavam, abraçando e chamando todos de “parça”, evitando errar os nomes.
A título de esclarecimento, "Parça", significa parceiro. Gíria que popularizou mais em 2015 quando o Neymar começou a usar.
Mas, este “parça”, um caboclo de chapéu de palha, homem forte do campo, mas que para chorar só basta uma lembrança de seu amigo, companheiro e Pai -(que recentemente perdeu) -, com suas mãos calejadas, rosto bronzeado e marcado pelas duras tarefas diárias no campo, seu linguajar matuto, mas sincero, firmeza nas suas afirmativas e sua paixão pela mãe, esteve sempre inspirado para os inúmeros “causos” que contou nestes inesquecíveis dias.
Li certa vez que existem amigos que não se definem em muitas palavras, mas deixam sua marca em atitudes sinceras, leais e verdadeiras. Assim, posso definir o José Carlos, o “Tatá” de Miguelópolis.
Posso afirmar sem medo de errar, que tive a oportunidade de conhecer esse grande homem, vaqueiro, agricultor e contador de “causos”, uma das melhores pessoas do meu círculo de amizades, nestes mais de sessenta anos.
Através de meu amigo, irmão e “sócio” Luis Fernando, tive a oportunidade de conhecer o “Tatá” e rogo a Deus para que ele continue nos brindando com o seu conhecimento e simplicidade matuta. Assim como você mesmo gosta de se intitular, um verdadeiro “Parça” das margens do Rio Grande.
Saiba que você tem aqui um amigo, de hoje e sempre, assim como já ocupam esse espaço, meus amigos e irmãos Luis Fernando e Tiago.
Marco Antonio de Figueiredo – Advogado e articulista