Primeiro vamos olhar Uberaba como mãe. Desde criança aprendi que minha família tinha escolhido a...
Primeiro vamos olhar Uberaba como mãe. Desde criança aprendi que minha família tinha escolhido a “princesinha do Triângulo, para ser nossa “Terra Mãe” e morar até os últimos dias de vida.
Disse o cronista “Chico” Garcia, que é bom ter mãe quando se é criança e também é bom quando se é adulto. Em Uberaba, meus irmãos e eu formamos, casamos e tivemos nossos filhos, onde também os educamos.
Mas, Uberaba também acolhe alguns que a reconhecem como mãe, enquanto outros tratam-na como “má-drasta”.
Lendo várias crônicas de meu amigo jornalista e articulista Luiz Gonzaga, o nosso “Marquês do Cassú”, me despertou a curiosidade de ler André Azevedo da Fonseca, “Uma história social de Uberaba”, onde afirma que o maior crítico das oligarquias locais foi o uberabense Orlando Ferreira, conhecido como Doca.
Pouca coisa mudou por aqui, desde a época de “Doca”. Basta ler seu livro “Terra Madrasta: um povo infeliz”, de 1920, onde descrevia que “Uberaba caminhava para o calvário carregando a sua cruz...”.
Doca se tornava sarcástico quando falava do campo político ao afirmar: “Agora, leitor, tenha paciência: muna-se de uma quantidade boa de ácido fênico ou, na falta desse, um poderoso desinfetante; leve o lenço ao nariz porque, com perdão da palavra, vou tratar da celebérrima política de Uberaba. ”
Para confirmar que nada mudou, postei no artigo “Trapaças fazem parte do jogo”, de 30/08/2018, aqui no Jornal da Manhã, alguns questionamentos, dentre eles: O que virou a denúncia de assédio e improbidade do “prefeito de fato” e secretário municipal? Caiu no esquecimento? Foi denunciação caluniosa? E as medições de capina e varrição de forma linear, às vezes feitas por funcionários da PMU, quando tem empresa contratada para isto?
Tem outros questionamentos, como a fábrica de amônia, o maldito BRT, as prorrogações de contratos com as empreiteiras com aumento de valores das obras, iluminação de LED, viadutos, cumprimento de promessas de campanha, onde estão?
Uberaba é “Terra Mãe”, pois acolhe todos com amor, sejam filhos “biológicos ou adotivos”, brancos, negros, amarelos, vermelhos, gente decente, preguiçosa, mentirosa, indecente; bandidos e heróis, vigaristas e malandros.
Mas também pode ser considerada “Terra Madrasta” quando habitada por um povo que se sente infeliz e triste, que vive em uma cidade deprimente, suja, insegura e vergonhosa, devido aos seus “adotivos” filhos que embrenharam na política municipal, estadual e federal.
Vamos mudar esse quadro pernicioso não elegendo quem tem mandato! Muda Uberaba, vamos renovar elegendo aqueles que verdadeiramente querem trabalhar, afastando os que só fazem propaganda politiqueira e muito “mi-mi-mi”.
Aqui temos, de sobra, uberabenses que realmente podem fazer muito por esta terra abençoada. Não reelejam ninguém. Precisamos renovar nossos políticos.
Marco Antônio de Figueiredo – articulista e advogado