Nem tudo foram flores e comemorações nesta semana na “princesinha dos sertões triangulinos”. Lágrimas e mais lágrimas saíram dos olhos dos torcedores do “Colorado” que viram um “Zebu Mocho”, “cambeta”, que mais parecia uma “múmia paralítica” em campo, tomar mais uma goleada, dentro do Uberabão, marcando o início de uma caminhada triste para a terceira divisão.
Não dá para descrever o frio na barriga e o vazio que fica no peito de um torcedor que faz de tudo, até promessa para “Santo Expedito”, o santo das causas impossíveis, para gritar “gol” e “faz mais um Zebuzão”, mas vê um time fraco, sem amor à camisa, sem garra e sem noção de que o time carrega a responsabilidade de ter o nome dessa cidade e que o vermelho da camisa é a cor do sangue de cada uberabense, que queria que aqueles homens fantasiados de jogadores fizessem jus ao salário que recebem.
Quem ouviu o desabafo dos torcedores no final do jogo, na Rádio JM, os comentários de “Ticha”, Túlio e toda equipe “Pé Quente”, comungou do mesmo sentimento, que a principio foi de revolta e tristeza.
Mas, antes que comece o massacre dos “gentios”, previsíveis em querer citar o Uberaba Sport como a “besta do apocalipse” do futebol mineiro, principalmente depois dessa derrota “cachapante” de três a um, no último sábado, vamos colocar as coisas em seus devidos lugares. Os motivos alegados por alguns “pára-quedistas” metidos a críticos são criativos, mas estapafúrdios, sempre comparando com aquele USC da primeira divisão, com um time de outrora, de Saraiva, Toinzinho, Batata, Pezão e Cia.. Isto serve apenas à desinformação e a criação de um preconceito desnecessário.
Grandes times do futebol brasileiro já foram rebaixados para a “segundona” e terceira divisão de campeonatos estaduais. O Fluminense, Portuguesa, Guarani e tantos outros são exemplos disso. O Flusão caiu em 1997 para Segunda Divisão e em 1998 disputou e ganhou a Terceira Divisão.
Nós torcedores sabemos que agora é a hora do time recuar e se reestruturar. Esta é a forma de sair deste futebol capenga e vergonhoso que vem apresentando, levando goleadas até de times de várzea. Até lá exigimos que o USC fosse respeitado pela força de sua torcida e não visto pelas atitudes isoladas de inquilinos transitórios na direção do “Zebu”.
Não se pode julgar o USC por um gesto isolado de seus dirigentes. Acusar o time como único responsável das fétidas articulações de bastidores, seria um delírio, pois a realidade é que nesse ambiente existe uma absurda cumplicidade de omissão, onde somente nós, torcedores uberabenses, poderemos mudar isso que se instalou no glorioso Uberaba Sport Club.
Sei que os fatos não ajudam muito na profecia de que logo voltaremos à primeira divisão, já que precisamos agora é mudar a diretoria, formar um novo time, levantar a cabeça, sacudir a poeira e nos preparar para dar a volta e ficarmos por cima, no lugar onde sempre merecemos ficar.
(*) Advogado