Conversar com verdadeiros amigos é tão gostoso como uma cervejinha gelada em uma tarde de verão ou uma taça de um bom vinho em uma noite de reflexão.
Está certo que tanto o vinho quanto a cervejinha são sempre bem-vindos como companhias, mas é melhor degustá-los a dois ou mais do que de forma solitária.
Infelizmente, com a impregnação e vício generalizado com as redes sociais e mensagens por celular, tornou-se algo excêntrico e quase impossível um encontro descontraído com amigos pessoalmente, a não ser nos botecos, reuniões profissionais ou um simples “como vai”, quando nos vemos nas ruas.
É triste, mas estamos, cada vez mais, em contato de forma breve e superficial, com um número maior de pessoas, mas nos sentindo mais sozinhos.
Lendo, certa vez, um texto de Deborah Tannen, “Hablando se entiende la gente” (Conversando entendemos as pessoas), ela afirmou que “uma conversa bem realizada é uma visão de sensatez, uma confirmação do nosso próprio modo de ser humano e do nosso próprio lugar no mundo”.
Com o tempo, aprendemos que um dos troféus da vida é um bom bate-papo com amigos, “é como um café preto, coado na hora, estimulante que se torna difícil dormir depois”. (Anne Morrow Lindbergh).
Pelo menos uma coisa boa estes tempos de pandemia nos ensinou... ficar em casa e aprender a se divertir sem aglomeração, com duas, quatro ou no máximo seis pessoas, mantendo o distanciamento necessário.
Para vivermos bons momentos, basta chamarmos uns amigos, preparar um tira-gosto, algumas bebidas e uma boa conversa, até todos desejarem ir dormir.
São momentos como este que tiramos mais proveito da vida, pois rimos muito e as nossas gargalhadas são libertadas de forma espontânea, liberando a tensão e o estresse, fazendo-nos felizes por poder estarmos com pessoas que gostamos.
No livro “Elogio da Conversa”, Theodore Zeldin afirma que “O mais proveitoso e natural exercício de nosso espírito é a conversação” e é indiscutível que falar e conversar com amigos é uma forma superior de inteligência; é uma arte onde se pode ensinar e aprender, por isso, nos tempos atuais, o melhor remédio é uma boa, sincera e verdadeira conversa!
Marco Antônio de Figueiredo
Articulista do Jornal da Manhã
