Li certa vez que Deus permite que alguns homens possam ter o privilégio da longevidade com plena capacidade de trabalho, para receber em vida, as glórias e o reconhecimento pelo que fizeram ao longo da vida.
Neste final de semana, um uberabense completa oitenta anos e durante todo este percurso, foi, é e será considerado polêmico, mas amado e admirado por muitos ou contestado, até mesmo invejado por outros e rejeitado por alguns. Com seu estilo mineiro, fala mansa, sempre atento ao que acontece ao seu redor, Gilberto Andrade Rezende reina em seu legado de luta por uma Uberaba melhor, mais culta e mais dinâmica.
A nossa amiga e jornalista Rose Dutra, em julho de 2012 resumiu a trajetória deste “oitentão”, quando do lançamento da Associação Cultural Casa do Folclore, que oficializou e deu prosseguimento ao trabalho de mais de quatro décadas de Gilberto Rezende, para manter vivas as mais diversas manifestações folclóricas de Uberaba e região.
Gilberto Rezende é um cidadão deste Sertão Triangulino, que chega aos oitenta anos em pleno exercício de suas capacidades, de seus sonhos, de glórias e vitórias alcançadas com garra, sacrifícios e persistência.
São oitenta anos de “catiras” com os “Borges”, os “Teles”, “Tradição e Raízes”, as apresentações de ópera e de Folias de Reis, no Cine Vera Cruz, não podendo nos esquecer de suas escritas, das reuniões onde contava e conta “os causos”, das letras de músicas e poesias, dos artigos e crônicas que se imortalizaram nos momentos inesquecíveis gravados na memória e no coração daqueles que puderam com ele compartilhar.
Com qualidades e defeitos, destacamos as grandes obras que Gilberto Rezende promoveu com audácia e visão, o papel que ele representa como empresário, administrador, presidente de Associações de Classe, “Catireiro”, Folclorista que faz questão de evocar o nome de Wagner do Nascimento, como o prefeito que mostrou a cultura popular como uma das prioridades de sua gestão, assim como, também, grandes agentes culturais com Edelweiss Teixeira e Erwin Puhler, Guido Bilharinho, Jorge Alberto Nabut, João Gilberto, João Eurípedes Sabino, e tantos outros defensores de nossas tradições.
Fazemos uma homenagem especial a Gilberto de Andrade Rezende, não apenas pela experiência acumulada pelo muito que fez por nossa querida Uberaba ou pela maneira de fazer política cultural, mas também por oitenta anos de qualidades pessoais de quem soube ser um filho e Chefe de Família dedicado, assim como um patrão coerente, um empresário impar e um mestre ao nos ensinar que “é possível continuar criança, mantendo o coração cheio de entusiasmo à base de muita transfusão cultural”.
Parabéns, Dr. Gilberto de Andrade Rezende pelos oitenta anos!
