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USC – “O sem-teto”

Na semana que passou, novas expressões tomaram conta de todos amantes do futebol em Uberaba, dentre eles, o luto de uma torcida e o silêncio colorado...

Marco Antônio de Figueiredo
Publicado em 07/12/2009 às 01:09Atualizado em 20/12/2022 às 09:10
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Na semana que passou, novas expressões tomaram conta de todos amantes do futebol em Uberaba, dentre eles, o luto de uma torcida e o silêncio colorado. De que adianta derramar lágrimas depois de ver o “leite derramado”, móveis sendo carregados, e um nome escorraçado e jogado na rua? Quem são os verdadeiros culpados - se é que existem - por permitirem o despejo do orgulho, da tradição e da vibração de um time que leva o nome de nossa cidade?   Como permitiram chegar ao fundo do poço, com registro em fotos, filmes e declarações de lamentações em toda imprensa? O momento agora não é de chorar a perda de muitos sonhos, vitórias, suor e “vida” de uma torcida e de seus ídolos, mas acima de tudo, de construir uma nova história em homenagem à luta com que dedicaram parte de suas vidas, nossos antepassados, em defesa do “ZEBUZÃO”, que tantos amam, mas tão poucos fazem alguma coisa para permitir que sobreviva. O despejo do Uberaba Sport Club do glorioso Estádio Boulanger Pucci, cumprindo uma ordem judicial, não é definitivo, todos nós sabemos disto, mas o coração do torcedor dói de vergonha pela humilhação sofrida, principalmente agora em que vários jogadores do Santos estavam na cidade, a título de empréstimo, para reforçar o time local, no campeonato 2010.   Depois do cumprimento da humilhante medida judicial, todos os jogadores “emprestados” se sentiram inseguros e voltaram para a cidade litorânea paulista, com muitas “fofocas” para espalhar sobre o glorioso e imponente time que leva o nome desta nossa querida e amada terra. Uberaba pode ser considerada um dos berços do futebol no Brasil Central e o Estádio Boulanger Pucci, fundado e inaugurado no dia 17 de julho de 1917, foi até a semana que se passou, o estádio oficial do Uberaba Sport Club, além de ser também a sede do clube, com capacidade para 7 mil pessoas. A derrota da perda do imóvel onde “morava” a tradição do futebol uberabense, por dívidas, foi um golpe, sem dúvida, mas também serviu para mostrar que nossa cidade vive em uma letargia em todos os setores, quer seja no esporte, como também na luta pela melhoria da educação, saúde, limpeza urbana, iluminação pública, etc. Se olharmos em volta, veremos que tornar o glorioso USC em mais um “sem teto”, deve servir para que parte da sociedade acorde e consiga enxergar que todos os uberabenses, as associações de classe e de bairros, a maçonaria e políticos verdadeiramente comprometidos com a sociedade, precisam se unir e reagir para que fatos como este não aconteçam com a nossa cidade, que a cada dia mais está penhorada e comprometida com dívidas financeiras e morais.   Assim, mais preocupante que a derrota temporária na Justiça e ver estampado as manchetes do “despejo” no nosso “Zebuzão”, foi a forma em que nossos representantes políticos se comportaram até agora, numa total inércia. Mas agora que tudo virou notícia, certamente para aparecerem nas capas dos jornais, a grande maioria vai se pronunciar e prometer milagres que nunca chegarão. Gostaria de encerrar este artigo deixando claro que perdemos uma batalha, mas não a guerra, e sempre existe a possibilidade de errarmos no caminho da vida, mas ainda é tempo para reverter a situação. Que o acontecido sirva como uma boa lição para que os verdadeiros cidadãos uberabenses acordem, tomem uma posição e pratiquem a verdadeira cidadania, revertendo a posse e propriedade do Estádio Boulanger Pucci ao nosso Uberaba Sport Club.         

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