A dor da ausência tem um nome: Valentino.
Com apenas 12 anos, ele não era só um neto, mas uma luz rara que a vida nos deu para amar incondicionalmente.
Sua partida precoce, levado por Deus para fazer-Lhe companhia, deixa um vazio imensurável, mas também um legado de amor e sabedoria que transcende a breve linha do tempo que compartilhamos.
Valentino era a prova viva de que a maturidade não se mede em anos.
Sua inteligência, agudeza de pensamento e dedicação exemplar aos estudos eram de "gente grande", como costumamos dizer. Não se contentava com o superficial; buscava o saber com uma sede incansável.
Seus olhos brilhavam diante de um livro, de um desafio, de uma nova descoberta.
Mas o que definia Valentino, acima de tudo, era seu coração.
Um amor infinito irradiava dele para todos à sua volta: família, amigos, até mesmo estranhos.
Era carinhoso, atencioso, o primeiro a estender a mão, a oferecer um abraço apertado.
Ele possuía a pureza da alma que enxerga o próximo com a bondade genuína.
Sua fé era a âncora de sua jovem vida. Cristão fervoroso, vivia seus dias pautado em princípios de amor e retidão. Não era uma fé de fachada, mas uma devoção sincera que se manifestava em cada ato, em cada sorriso.
Certamente, essa fé é o que nos conforta agora, na certeza de que ele foi recebido por Deus Triuno, para um descanso merecido e eterno.
Deus o levou.
Quanto a nós... resta a saudade que dói e eterniza.
Dói pela interrupção abrupta de um futuro tão promissor; eterniza pelo privilégio de ter convivido com um anjo que nos ensinou tanto.
Valentino não se foi; ele apenas ascendeu à sua verdadeira morada, levando consigo a sua luz e deixando, em nossos corações, o calor inextinguível do seu amor.
A dor é grande, mas a gratidão por sua existência é ainda maior. Ele está nos braços de Deus, e isso é o que acalma a alma de quem o amou tanto.
Marco Antônio de Figueiredo
Articulista; jornalista e advogado