Esta semana, uma pergunta em um vídeo se espalhou nas redes sociais: Os piores bandidos no Brasil estão no Congresso
Esta semana, uma pergunta em um vídeo se espalhou nas redes sociais: “Os piores bandidos no Brasil estão no Congresso ou nas favelas e periferias”?
Mais chocante foi a resposta dada ao afirmar que estão no Congresso Nacional, pois é lá que se encontram centenas de homens estudados, sendo a maioria diplomados em faculdades de renome daqui e no exterior, como Harvard, USP e várias Universidades Federais, e são presos pela Polícia Federal por crimes que podem ter levado à morte ou ao suicídio milhares de cidadãos.
O fato acima se deu em uma palestra da Segurança Pública no Brasil em janeiro de 2000 e não dá para negar que o tema continua atual, piorado em grande escala, devido principalmente, segundo meu entendimento, à linha tênue entre a liberdade e a libertinagem na forma de expressão, dos conceitos e regras na cultura e educação, na “invasão” televisiva das novelas, séries e reality shows.
Deixo bem claro que não culpo aqui os bancos escolares em todos os níveis. Não!!! O perigo começa em casa, no chamado lar, na relação do casal, na relação pais e filhos, naquilo que se permite ver, ouvir e assistir.
Culpo grande parte de nossos escritores e artistas que produzem uma cultura de idealização da malandragem, do vício, do crime, da corrupção, da indecência, do adultério e outras sandices mais.
Não dá para fechar os olhos e negar que isso não poderia deixar de contribuir, ao menos a longo prazo, para criar uma atmosfera favorável à propagação do banditismo.
Poderia aqui citar inúmeros exemplos, dentre eles Capitães da Areia, Guerra sem Fim e a maioria das novelas; as obras de Amando Fontes, Marques Rebelo, Jorge Amado, Ledo Ivo; teatro de Nelson Rodrigues e Chico Buarque, filmes de Roberto Farias, Carlos Diegues, novelistas como Agnaldo Silva, Walcyr Carrasco, Silvio de Abreu e outros.
Todos eles, através de suas obras-primas, atingem os que têm ou não escolaridade, estabilidade financeira ou não, crianças, jovens, adultos ou idosos, incutindo e penetrando nos lares pelos quatro cantos do nosso país, mostrando que ladrões e assassinos são essencialmente bons ou neutros, que a polícia e as classes superiores são, na maioria das vezes, essencialmente más e que ser malandro é a essência do brasileiro.
Termino este artigo dizendo que realmente não sei onde estão os piores bandidos, ou mesmo se a educação é a solução única para acabar com a violência, mas posso afirmar sem medo de errar que sem educação a violência não tem solução, nem a curto, médio ou a longo prazo.
Eis o desafio que se abre para decidirmos se precisamos ou não criar uma forma de educar para mudar os costumes no lar.
(*) Pós-graduado em Metodologia de Ensino Superior pela UFSC; articulista e advogado