Outubro, mês do Rosário, mês especial para a Família Dominicana. Inúmeras celebrações, encontros, peregrinações e movimentos são realizados ao longo deste ano jubilar. Celebram-se 112 anos de inauguração da igreja de São Domingos, marco da presença dominicana no Brasil. Dentre marcos, memória e espaços sagrados, resgatamos histórias de vida, sinais fortes da presença de Deus, em cada fato, data e acontecimentos inesperados. É preciso misericórdia, silêncio e olhar profundo para perceber a ação divina no dia a dia, principalmente no momento de dor e perda de um ente querido. Há 71 anos, uma jovem de 16 anos, nascida em Uberaba, iniciava sua vida religiosa no Colégio Nossa Senhora das Dores, deixando sua família rural, da Fazenda do Rosário, a qual acolhia os noviços e frades dominicanos durante férias do seminário. Na alegria de lhes servir, nos momentos orantes à comunidade rural e a experiência do carisma dominicano levaram Esméria Leal Constâncio a assumir sua vocação religiosa. Tornou-se Ir. Luzia, luz que irradia, ilumina, desperta. Morou em diferentes cidades e estados até sentir o aconchego do povo carioca, em 1953. Foram 63 anos de vida e convivência com a comunidade educativa do Colégio Santa Rosa de Lima, em Botafogo, Rio de Janeiro. Trabalhou com humildade e sabedoria nos afazeres da comunidade, na pastoral social e na educação de jovens e crianças, com a ênfase na construção de valores humanos e cristãos na ótica de São Domingos e Madre Anastasie. Sempre atenta e reservada, era presença marcante entre os alunos, com um olhar sereno e terno, pois fazia questão de estar à frente do Colégio, na entrada e saída dos educandos. Segundo os educadores da escola, “era o cartão de visita”, pois acolhia com amor, escutava aos pais, batalhava pela fidelização dos alunos, queria formar pessoas com um diferencial humanista. Para muitos alunos egressos, Ir. Luzia era referência de religiosa e educadora pelo testemunho cristão entre as famílias. Dom Alano Pena, OP, arcebispo emérito de Niterói, RJ, ex-aluno do Colégio e amigo de Ir. Luzia, manifesta-se sobre sua trajetória de vida: “Ir. Luzia, sorriso de Deus para as crianças. Seu coração bondoso tinha um particular carinho pelas crianças que acolhia na entrada do Colégio. Dom de DEUS, Ir. Luzia nos deixa como herança sua paixão ardente pelo Senhor Jesus Cristo.” A família Leal Constâncio perde um porto seguro e ganha uma estrela no céu que se junta às suas tias religiosas também, vindas da Fazenda do Rosári Ir. Filomena Leal e Ir. Martinha Leal, ambas dominicanas. São nossas intercessoras diante de Deus. A família sente-se grata e fortalecida com tanta manifestação de carinho e reconhecimento da atuação de Ir. Luzia, em especial, à sociedade carioca, seus alunos egressos que continuarão no coração materno dela. Reafirm Sua força: a presença amorosa dos alunos. Sua alegria: estar no Santa Rosa. No dia 7 de novembro próximo, completaria 90 anos... A festa será no céu, com as bênçãos de todos os santos dominicanos!!!
