Uberaba se consolida como uma das grandes potências do agronegócio brasileiro e a cana-de-açúcar é um dos pilares dessa força. Mais do que uma cultura agrícola, ela é sinônimo de geração de emprego, renda e inovação. Hoje, o município tem a maior área plantada de cana do Brasil, com produção de cerca de 9 milhões de toneladas por safra. Considerando a região ao redor, composta por cerca de dez cidades, a produção chega a 30 milhões de toneladas, o que coloca Uberaba como referência em Minas Gerais, estado que produziu 83 milhões de toneladas na safra 2024/25.
A cidade abriga duas unidades industriais e está cercada por outras cinco usinas em municípios vizinhos, formando um polo produtivo integrado. O setor sucroenergético emprega quatro mil pessoas de forma direta e, com efeito multiplicador, gera mais de 13 mil postos de trabalho na cidade. Além disso, o salário médio do trabalhador no município é 42% superior à média geral da cidade, segundo dados da Rais do Ministério do Trabalho.
Uberaba também é um polo regional de desenvolvimento. As cidades vizinhas, fortemente ligadas à atividade canavieira, encontram no município um centro de educação, saúde, serviços e lazer, o que movimenta o comércio e amplia a circulação de renda. A cana-de-açúcar, portanto, vai muito além do campo: ela dinamiza toda a economia local. Se considerarmos toda a região, o setor gera 46.711 empregos diretos e indiretos.
O destaque não impede a diversificação agrícola. Uberaba convive de forma produtiva com culturas como soja, milho, sorgo e hortifrútis, todos com milhares de toneladas por safras. Também, é referência nacional na pecuária e na criação de aves. Essa pluralidade garante estabilidade econômica e reforça o papel do município como um dos mais completos centros do agronegócio brasileiro.
O avanço da cana impulsionou grandes investimentos em infraestrutura. O município conta com um terminal rodoferroviário da VLI, que liga a cidade ao Porto de Santos, rodovias que conectam as principais cidades brasileiras, além da presença do etanolduto, que interliga a região a São Paulo, principal mercado consumidor de etanol no país. Além disso, Uberaba atraiu empresas de fertilizantes, defensivos agrícolas e biológicos, fortalecendo a base produtiva do agronegócio.
Na área ambiental, o setor eliminou a queima da palha de cana e adotou a colheita mecanizada, reduzindo impactos e emissões. As usinas operam com recirculação de água em circuito fechado, diminuindo o consumo hídrico. A cana em Uberaba é produzida sem irrigação, mostrando sua resiliência e baixo impacto ambiental. E, embora os incêndios rurais ainda causem prejuízos, o setor mantém campanhas educativas e parcerias com o Corpo de Bombeiros para prevenção e combate.
Além de açúcar e etanol, as usinas da região geram bioeletricidade e, em breve, irão produzir o biometano, contribuindo para a transição energética e produção de energia limpa. E, para o futuro, buscam inovar com biocombustíveis para a indústria de aviação e marítima.
A cana-de-açúcar é, assim, o motor silencioso que move a economia de Uberaba, fortalecendo a cidade, a região e o futuro sustentável não só de Minas Gerais, mas do Brasil.
Mário Campos
Presidente da Siamig Bioenergia
