ARTICULISTAS

Goebbels e Gramsci me preocupam

Nilson de Camargos Roso
n.roso@me.com
Publicado em 08/09/2023 às 18:41
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Dr. José de Paiva Abreu, cirurgião geral e um dos fundadores da FMTM, dizia: “a excessiva aproximação do objeto ao espelho deforma a imagem”. É uma metáfora, onde o sentido é “ao fazermos uma análise de um fato ou do comportamento de uma pessoa, temos que nos afastar emocionalmente do que está sendo analisado, pois quanto mais próximo ficarmos, mais iremos raciocinar com o coração e menos com o cérebro e a razão”, ou seja, não pode haver conflito de interesses ou de ideologia, qualquer que seja, obedecendo o “compliance”. Nessa análise, para ser correta, não pode haver receptores cerebrais antecipadamente bloqueados.

Joseph Goebbels (1897-1945) foi o ministro da Propaganda (1933-1945) de Hitler, “o cérebro pensante do nazismo” e conhecedor do comportamento da massa humana. Sua atuação foi intensa, pois mesmo quando a opinião global já sabia da invasão e da evidente derrota da Alemanha na Segunda Guerra Mundial, os alemães ainda acreditavam que venceriam. Frases ditas por Goebbels:

1- “dê-me o controle da mídia e farei de qualquer país um rebanho de suínos”; 2- “uma mentira repetida mil vezes se torna verdade”; 3- “mais vale um país mal-administrado com boa propaganda do que um país bem administrado sem propaganda”; 4- “atrás de cada problema existe um cidadão; neutralize o cidadão, que você neutraliza o problema”.
Todas essas frases driblam a opinião pública e falseiam a realidade.
Antonio Gramsci (1891-1937) foi um filósofo italiano marxista, também conhecido pelas frases:

1- “a realidade está definida por palavras. Portanto, quem controla as palavras controla a realidade”; 2- “o jornalismo deve ser ensinado e não é racional deixar que o jornalista se forme por si mesmo”; 3- “não tomem quartéis, tomem escolas e universidades; não ataquem blindados, ataquem ideias”.

Goebells e Gramsci têm um ponto comum: suas palavras levam ao domínio do pensamento da massa popular, usando envolventes sofismas e eufemismos. Recentemente, o jornal “Estadão” publicou “caindo na real, Lula, com grande poder de persuasão, impulsionado pela mídia tendenciosa, faz suas narrativas parecerem verdades”. Ouvimos frases do presidente Lula que são idênticas ou semelhantes às de Goebells e Gramsci, aplicadas por ele na prática e, a mais recente, “o importante é a narrativa”, o que me preocupa, pois é o domínio do pensamento popular através das palavras, criando a realidade desejada. Essa frase lhe trouxe críticas dos presidentes do Chile e do Uruguai. Na biodiversidade é desejável, para o equilíbrio da natureza, existirem em convivência diferentes animais e plantas. Também, na política, para haver equilíbrio, é salutar existirem pensamentos diferentes e saber conviver com eles, mas Goebells e Gramsci procuravam exterminar os diferentes que lhe eram contrários. Entendo que todo cidadão deve se referir às autoridades constituídas obedecendo ao princípio da urbanidade, ou seja, de maneira educada e civilizada. Procurei fazê-lo, dentro do limite permitido, mantendo o objeto longe do espelho, pois me preocupa, repito, nosso Presidente seguir os parâmetros apregoados por Goebells e Gramsci. Em princípio, todos os brasileiros dizem: “queremos um Brasil melhor”. Será que com essas narrativas do nosso Presidente estamos caminhando para termos um país melhor? A resposta deve ser dada conforme a convicção de cada um.

Nilson de Camargos Roso
Doutor em Anestesiologia, professor aposentado pela UFTM
n.roso@me.com

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