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Se não houver fato novo e grave, Lula será reconduzido

Nilson de Camargos Roso
Publicado em 05/12/2025 às 18:26
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Quando um familiar querido recebe um diagnóstico de uma doença grave e de desenlace fatal, os demais familiares e os amigos procuram se firmar nas bases a fim de que, quando ocorrer o inevitável, sejam fortes e serenos para aceitarem essa condição.

No caso da eleição de 2026 para Presidente da República, como diz o título deste texto, o presidente Lula será reconduzido. Os não simpáticos ao presidente Lula devem se preparar para o inevitável, a não ser que surja fato novo e grave, repito.

Uma mente, para ser sadia e analisar fatos, necessita de um equilíbrio emocional e de ausência de conflito de interesse, condições raras nos analistas da política atual. Assim, entendo que essa análise, pantanosa e difícil, como caminhar pisando em ovos, deve ser feita narrando fatos comprovados, mas sem adjetivar os mesmos, pois, quando adjetivamos, fazemos julgamento.

Vejamos como ocorreu a eleição do presidente Lula em 2022:

Ministro Fachin, do STF, por questão do CEP da ação, reabilitou Lula;
Em meados de 2022, o ministro Barroso, do STF, dirigiu-se ao Congresso Nacional e solicitou a troca dos membros da comissão que votaria a auditagem das urnas. Daí, não foi aprovado o voto auditado;
Ministro Alexandre de Moraes, do STF, fez o que todos sabem.

Dois fatos, após 2022, ocorreram:

1 - Barroso disse: “vencemos o bolsonarismo”, “perdeu, Mané, não amola”, “eleição não se ganha, se toma”, o que significa que sua ida ao Congresso em 2022 não foi para prejudicar o candidato Lula;

- Em 2025, tanto o presidente Lula como outras autoridades do atual governo solicitaram o envio das atas da eleição de Maduro como presidente da Venezuela, a fim de comprovar que sua eleição foi legítima. Maduro não enviou, mas o governo brasileiro não se posicionou sobre a negativa. Porém, fato similar ocorreu em 2022 na eleição de Lula, quando foram solicitados os códigos fontes das urnas brasileiras, o que foi negado, assim como Maduro não enviou as atas.

3- Se houvesse o voto auditado (equivale às atas de Maduro, não enviadas) em 2022, haveria maior aceitação do governo Lula, provando que entrou pela porta da frente.

Em 2022, ocorreram fatos que merecem ser lembrados:

1 - Fachin, antes das eleições, não permitiu que Queiroga, ministro da Saúde, fizesse convocação nacional para a vacinação contra a paralisia infantil, pois seria “propaganda do governo”;

2 - Alexandre Machado, servidor da Justiça Eleitoral, após denunciar que houve acima de 700 inserções de propaganda eleitoral de Lula a mais que as de Bolsonaro (inclusive em Uberaba), foi demitido por Alexandre de Moraes;

3 - Carmen Lúcia, do STF, manifestou-se contra a exibição do filme “Quem mandou matar Bolsonaro?”: “sou a favor da livre manifestação, de acordo com nossa Constituição. Mas, só dessa vez, sou contra”;

4 - TSE liberou para serem usadas expressões sobre Bolsonaro: “genocida e pedófilo”.

TSE proibiu que usassem as expressões abaixo:

1- “Lula foi julgado e condenado como corrupto e ladrão”; “Lula defende o aborto”; “Lula criticou padres e pastores”; “Lula quer regular a imprensa e a internet”; Lula disse “ainda bem que a natureza, ao contrário da humanidade, criou esse monstro chamado coronavírus”; “Lula defendeu os bandidos que sequestraram Abílio Diniz”;

Lula diz que “a Venezuela tem feito mais eleições que o Brasil” e que “a democracia é relativa”; “Lula é defendido pelos bandidos do tráfico”; “Lula foi campeão de votos nos presídios”; “Lula é amigo de Maduro”.

No Brasil de hoje:

1- 81% dos jornalistas brasileiros se declaram de esquerda;
2- Rede Globo recebe mais da metade da verba federal gasta na mídia, fato que lembra Ho Chi Minh: “quem paga a banda escolhe a música”;

STF, ao julgar os integrantes da “trama golpista”, não seguiu o rito do juiz natural, onde o julgamento deveria ser na primeira instância, pois os réus não possuem foro privilegiado;
O próprio Bolsonaro, inábil ao agir, faz tudo aquilo que Alexandre de Moraes gostaria que ele fizesse, complicando o que já está difícil para ele;
Inabilidades do filho Eduardo, que, ao se manifestar, complica a situação do pai;
Segundo pesquisa do Instituto DataFolha, divulgada em 28.05.2025, 58% da população brasileira afirma sentir “mais vergonha do que orgulho” do STF.

Expostos os fatos acima, reafirmo que o título do texto está correto. Um recado: que seja evitada a arrogância dos vencedores, assim como o inconformismo dos vencidos, pois os brasileiros precisam de paz e união!

 Nilson de Camargos Roso

Doutor em Anestesiologia; professor aposentado pela UFTM

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