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Catedral - Igreja Mãe de Uberaba

A história da Catedral de Uberaba está intimamente ligada à história da nossa cidade

Olga Maria Frange de Oliveira
Publicado em 29/01/2020 às 17:36Atualizado em 18/12/2022 às 03:51
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A história da Catedral de Uberaba está intimamente ligada à história da nossa cidade. O bicentenário de Uberaba coincide com os 200 anos da edificação da primeira capela da Igreja Católica erguida em terras do Arraial da Farinha Podre. 

Quando dizemos que ela é a Igreja Matriz, estamos reafirmando a sua condição de Igreja Mãe de Uberaba. Localizada no centro da cidade, posicionada no alto da Praça Rui Barbosa, no coração pulsante da vida que impulsionou o progresso desta progressista cidade. Imagem fiel da própria urbe, com toda a sua grandeza, com toda a sua fé, com todas as suas fraquezas e com todas as suas virtudes.

Tudo começou em 1807, nas cabeceiras do córrego do Lajeado, no Arraial da Capelinha, que em 1812 teve sua singela capela consagrada a Santo Antônio e São Sebastião. Em 1815, com a mudança dos moradores do Arraial da Capelinha para o novo Arraial da Farinha Podre, atual Uberaba, o major Eustáquio construiu uma nova capela na Praça Frei Eugênio, com a mesma devoção a Santo Antônio e São Sebastião, cujas imagens foram transladadas do Lageado para cá. Com a instalação da Freguesia de Uberaba, esta capela foi elevada à categoria de Paróquia, em 2 de março de 1820, e constituída em primeira Igreja Matriz.

Com o passar dos anos, essa igreja passou por várias reformas e melhorias, contando com o dinamismo de inúmeros homens de valor e com o auxílio da sociedade uberabense como um todo.

A última reforma total do prédio ocorreu em 1933, sob a responsabilidade do arquiteto Emanuel Giani. A partir daí, assumiu o estilo neogótico na sua arquitetura, caracterizada por seus arcos em ogiva, seus belos vitrais, a substituição das duas torres por uma única torre centralizada, enfatizando o sentido vertical presente nas construções neste estilo e, finalmente, a ornamentação sóbria que se harmoniza com a penumbra e acentua a atmosfera de religiosidade que envolve os fiéis.

Os sinos, fundidos pelo artesão uberabense José Carlos Onofre, deram visibilidade a um artista local, simbolizando a voz da comunidade cristã de nossa cidade. Atualmente, devido à violência que se tornou recorrente, é cercada por grades de ferro, tendo à frente a imagem de Cristo e nas laterais as imagens de Santo Antônio e São Sebastião.

A Igreja Matriz esteve presente em todos os momentos da História de Uberaba. Tornou-se palco das mais belas festas religiosas aqui realizadas por muitos e muitos anos, festas essas que movimentaram as famílias uberabenses em torno de um objetivo filantrópico comum. Contou com orquestras sacras, como a do major Illydio Salathiel dos Santos e a do maestro Renato Frateschi. Ostenta um dos maiores órgãos de tubo do país, raramente encontrados em cidades interioranas. Como se não bastasse, há 61 anos o Coral Artístico Uberabense vem inundando de harmonias celestiais as cerimônias mais significativas celebradas na Catedral Metropolitana de Uberaba, sede da Arquidiocese, cuja jurisdição abrange 20 municípios do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba.

Dia 2 de fevereiro próximo, domingo, às 10 horas da manhã, o Coral Artístico Uberabense abrilhantará uma missa solene presidida pelo nosso Rvmo. Arcebispo Dom Paulo Mendes Peixoto e concelebrada pelo pároco da Catedral, Monsenhor Valmir Ribeiro, comemorativa dos 200 anos de sua existência. Com um elenco de 30 vozes e tendo como acompanhante a tecladista Ana Maria de Araújo Mancebo, o Coral interpretará obras de Saint-Saens, Rosselli, Lorenzo Perosi, Arcadelt, J. S. Bach, Mozart, Furio Francischini e Haendel. O grupo “Vozes Gregorianas”, formado por integrantes do coro, interpretará três peças selecionadas do repertório tradicional gregoriano, sob a coordenação do Sr. João Ribeiro da Silva.

Uma missa pontifícia na nossa Catedral, considerada uma das Sete Maravilhas da nossa cidade, assinalando com pompa e circunstância um bicentenário para guardar em nossas melhores lembranças.  

(*) pianista, professora, maestrina, regente do Coral Artístico Uberabense, pesquisadora da História da Música em Uberaba e ex-Diretora Geral da Fundação Cultural de Uberaba

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