OSMAR BARONI

Dia Nacional do Choro

Osmar Baroni
Publicado em 22/04/2023 às 19:25
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Quando aquele menino poderia imaginar que a linda música ouvida através da PRA-7 Rádio Clube de Ribeirão Preto e no coreto da Praça 7 de Setembro, toda quinta-feira, pela banda de música sob a direção do querido tio Jeferson Castaldelli fosse despertar tamanho fascínio a ponto de, paralelamente, ao se graduar em Odontologia, dedicar o tempo e amor para se dedicar também ao CHORO?

Passadas décadas (põe décadas nisso), empolgo-me ao observar a quantidade de pesquisas realizadas por muitos estudiosos na busca de respostas sobre a real origem do CHORO. Luiz Felipe de Lima, por exemplo, defendeu em 2001 a tese de Doutorado em Comunicação e Cultura, de onde pincei um resumo dos pontos mais importantes, mesmo assim inconclusas: “O Choro entendido como “ maneira de tocar e não apenas como música, ganhou vida longa, entre outros fatores, por seu caráter mestiço”. É voz corrente entre músicos que o CHORO é uma maneira de tocar antes de constituir um gênero musical em si!!!

O músico e escritor de muito respeito no meio Chorístico Henrique Cazes, autor do importante livro “Choro - Do Quintal ao Municipal”, enfatiza nessa obra muito bem escrita que: “Na maioria dos livros que se aborda a origem de um gênero musical, a parte mais enjoada é a discussão sobre a origem do nome. Com o Choro, poderia ter acontecido o mesmo, pois existem diversas correntes capitaneadas por pesquisadores de peso”.

Em um tema tão controverso como esse, é de fundamental importância conhecer opiniões diversas, fato que provocaria mais pesquisas sobre um assunto que vem desafiando gerações. Ary Vasconcelos (Jornalista, crítico e historiador polivalente, por exemplo, acredita que o termo CHORO teria sua origem nos CHARAMALEIROS, corporação de músicos de relevante importância no período colonial; ele assinala que essas músicas não tocavam somente as chamarelas (instrumentos de palheta) percussores dos oboés e clarinetes, assim então o povo teria passado a chamar todo e qualquer tipo de agrupamento musical de CHARAMALEIROS, em seguida encurtado o termo para Choro.

O folclorista Luiz Câmara Cascudo acredita que CHORO se refere à palavra XOLO, um baile que os escravos faziam nas fazendas e que teria a palavra gradativamente mudado para XORO e, finalmente, Choro.

Já o musicólogo, jornalista e crítico de José Ramos Tinhorão acredita que CHORO viria da impressão de melancolia gerada pelas baixarias do violão e que a palavra chorão seria uma decorrência.

Com tantos competentes estudiosos sobre a matéria até aqui abordada, é possível que o mistério sobre a origem do nome Choro seja revelada. Sendo assim, acredito, e faço parte dos torcedores, que a palavra Choro seja avaliada da maneira chorosa de frasear as passagens melódicas que teria gerado o termo Chorão que designava o músico que “amolecia” as Polcas.

Nesta contenda, enquanto se aguarda a decisão final, continua o CHORO cada vez mais “vivo”...

Enquanto se espera uma decisão, ninguém na comunidade chorística vai deixar de mostrar as imorredouras composições de Jacob do Bandolim, Sérgio Bittencourt, Maestro Portinho, Raul de Barros, entre outros, e o principal deles, Pixinguinha (Alfredo da Rocha Viana Filho). Devido ao reconhecimento do mundo musical que determinou a data 23 de abril como DIA NACIONAL DO CHORO, será comemorado neste domingo, a partir das 11 horas, na Concha Acústica, memorável show, organizado por Fausto Reis, músico e professor dos mais respeitados. Além do Grupo ChoroCultura, haverá também a presença de músicos, cantores e cantoras de Uberaba e de outras cidades. Todos estão convidados.

Osmar BaroniCirurgião-dentistaAcademia de Letras do Triângulo Mineirochorocultura@yahoo.com.br

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