Grande Amigo

Osmar Baroni
Publicado em 14/12/2023 às 18:53
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Com receio de que aquela condição poderia ser interpretada como “neura”, sujeita a crítica e gozações, guardava em “esconderijos” apropriados alguns jornais, revistas e ou declarações de adversários políticos escritos por personagens notórios que admirasse, muitos dos quais eu nunca conheci pessoalmente.

Recentemente, revendo por mera curiosidade cartas e outros escritos, deparei com a mensagem de um amigo muito querido já falecido, morador de frente à minha casa.

Anos atrás, eu tinha o hábito de reunir o pessoal do grupo Chorocultura, em casa, a fim de ensaios e bate-papos com as famílias e convidados amigos. Numa dessas reuniões, acolhemos com alegria o casal Angelina e Professor Jorge Calapodopulos, de nacionalidade grega, dotado de uma cultura e inteligência superprivilegiadas. Que o digam os alunos para os quais lecionou em grande parte dos colégios e faculdades de Uberaba.

Durante a reunião, além da música ao vivo, havia lugar para um bom papo e umas e outras “geladinhas”; muita saudade...

Há alguns anos, o casal de amigos faleceu e, com a velocidade de um raio, alguns dos deliciosos momentos que acompanhavam aquele costume inexplicavelmente se modificaram: além daquele casal de vizinhos, alguns integrantes do Grupo Chorocultura e pessoas das nossas famílias também se foram. Contudo, a estima incontida por todos continua na lembrança, principalmente ao encontrar nos pertences de então a carta deixada em minha casa no dia seguinte àquela reunião pelo professor. Comovido, tomei a liberdade de dividi-la com vocês:

“Chorocultura”

Uma música sadia,

Alegre, sentimental.

Que nos trouxe saudades

Lembranças e esperanças.

Que não tem o cheiro da droga

Mas lembra o manacá e

Tem a doçura do mel.

E a entrada do Barão (cantor)

E a coragem do Pernambuco

e os jovens convidados

Uma explosão de aplausos.

Lembrei de Maria Callas.

Sax, bandolim, cavaquinho,

A sétima corda do violão do Reynaldo

E o pandeiro do meu caro vizinho.

Muita harmonia do coral,

Agradeço do fundo do meu coração

 pelos momentos tão preciosos que passei com vocês.

Eu não tenho capacidade literária

nem artística para expressar

com fidelidade meus sentimentos

pelo que eu vi – vi e senti.

                                                    Jorge Calapodopulos - 19/04/2001

Osmar Baroni
Cirurgião-dentista; Academia de Letras do Triângulo Mineiro chorocultura@yahoo.com.br

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