RAFAELA PENALVA

Obesidade e doenças cardíacas: devemos olhar com atenção para este tema

Rafaela Penalva
Publicado em 13/04/2023 às 19:05Atualizado em 13/04/2023 às 19:05
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No início de março, dia 4, comemorou-se o Dia Mundial da Obesidade. O objetivo desta data é identificar a percepção das pessoas sobre esta patologia, que está associada intimamente às doenças do coração. 

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, atualmente mais da metade dos adultos apresenta excesso de peso, com prevalência maior no sexo feminino. Segundo o Atlas Mundial da Obesidade 2022, elaborado pela Federação Mundial da Obesidade, estima-se que 30% dos brasileiros serão obesos até 2030. Este é um dado que merece a nossa atenção. 

A obesidade ainda é uma patologia pouco diagnosticada e sem um tratamento completo – além de ser uma doença crônica. As principais causas incluem fatores genéticos, ambientais, psicológicos, culturais e sociais, alterações do metabolismo, sedentarismo e hábitos alimentares. 

Para o diagnóstico em adultos, o parâmetro mais utilizado é o índice de massa corpórea (IMC). Para chegar a esse número, divide-se o peso do paciente pela altura elevada ao quadrado (peso/altura2). Se o resultado dessa fórmula ficar entre 18,5 e 24,9 kg/m2, o peso é considerado normal. Entre 25,0 e 29,9 kg/m2, é situação de sobrepeso. Acima deste valor, a pessoa é considerada portadora de obesidade, isso tudo segundo métrica padrão utilizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Considerando a atual expectativa de vida do brasileiro, 80 anos para mulheres e 73 para homens, o IMC é um indicativo importante. Se aos 70 anos o IMC for normal, há 80% de chances de a pessoa atingir essa expectativa média, se não passar dela. Já se o IMC ficar entre 35 e 40, esse índice cai para 60%, o que nos dá mais um alerta de cuidado com a obesidade. 

É importante frisar que a obesidade é fator de risco para doenças cardiovasculares, que são as que atualmente possuem maior mortalidade no Brasil e no mundo, como a aterosclerose, hipertensão arterial, doenças coronárias e insuficiência cardíaca, além do acidente vascular encefálico. 

Com o objetivo de motivar as pessoas a tratar a obesidade, existe um grupo de profissionais de Saúde que forma uma equipe multidisciplinar com olhar cuidadoso: cardiologistas, endocrinologistas, nutricionistas, psicólogos e educadores físicos. Todos esses especialistas podem ajudar a pessoa que sofre de obesidade a mudar o estilo de vida, o que poderá contribuir para a perda de peso. Atualmente, novos medicamentos também auxiliam nesse tratamento. Em outros casos, a cirurgia bariátrica é a melhor alternativa. Porém, isso depende de uma avaliação médica acurada e multidisciplinar para que o procedimento funcione e atenda ao propósito.  

A obesidade é um problema sério e nós, profissionais da Saúde, juntamente com a sociedade, precisamos combater essa doença se quisermos mudar as estimativas. Cuide-se e não tenha receio em procurar um médico que possa ajudar você nessa jornada, porque ela não é fácil, mas os resultados serão os melhores. Sua saúde agradece! 

 Rafaela Penalva

Cardiologista, PhD em Ciências e professora do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro – Unisa

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