Hoje em dia, a comunicação é veloz e os rituais institucionais, por vezes, são ofuscados pela pressa do cotidiano, o cerimonial público se reafirma como guardião silencioso de algo que ultrapassa o protocolo: o respeito aos Símbolos Nacionais.
À primeira vista, muitos enxergam o cerimonial apenas como um conjunto de formalidades, mas na prática, ele é, antes de tudo, instrumento de educação cívica.
A lei que trata da forma de apresentação dos Símbolos Nacionais não é um documento de mera formalidade burocrática. Ela traduz a compreensão de que esses símbolos representam a história, a soberania, a memória e o ideal de Nação. Cabe ao cerimonial garantir que eles sejam apresentados com a dignidade que lhes é própria.
Da mesma forma o decreto que regulamenta o Cerimonial Público e a Ordem de Precedência, reforça que o rito das solenidades oficiais não é apenas organização logística; é o espaço em que os símbolos do país encontram expressão viva. Cada hasteamento, cada execução do Hino Nacional, cada composição de mesa ou dispositivo de autoridades, carrega uma responsabilidade institucional e educativa.
É por isso que, no âmbito do cerimonial, respeitar os Símbolos Nacionais não é uma escolha, é um dever legal e moral.
Não importa o porte do evento: toda cerimônia pública deve observar os protocolos definidos, desde a forma correta de disposição das bandeiras até o momento adequado para execução dos hinos. Detalhes que, para alguns, parecem pequenos, mas na verdade, é como manifestamos nosso respeito pela Nação.
O profissional de cerimonial, que atua nos bastidores, tem a missão de zelar e preservar os rituais públicos. Quando orienta sobre a posição de honra da Bandeira Nacional, ou solicita que o público permaneça em postura respeitosa durante o Hino, ou mesmo quando organiza o ambiente para evitar o uso inadequado do símbolo, ele está cumprindo sua função de promover cultura cívica e fortalecer o sentimento de pertencimento coletivo.
É preciso lembrar, que o respeito aos Símbolos Nacionais não se limita às solenidades oficiais. Ele começa no cotidiano das instituições, no zelo com o hasteamento, na conservação das bandeiras, na forma correta de manuseá-las, na consciência de que, mais do que tecidos, brasões ou melodias, eles representam valores que nos unem enquanto povo.
Os profissionais de cerimonial público devem orientar, que durante a execução do Hino Nacional, não se deve voltar à Bandeira Nacional e ficar de costas para o público, pois essa prática, embora comum, é equivocada, pois representa falta de respeito e quebra de protocolo.
A lei que dispõe sobre os Símbolos Nacionais afirma: “todos têm o mesmo valor cívico e não há hierarquia entre os símbolos”. Assim como o decreto que regula o Cerimonial Público orienta que se volte à bandeira apenas quando ela estiver sendo diretamente cultuada (como em hasteamento, arreamento ou homenagens específicas).
Nos eventos oficiais ou particulares, o que se exige durante o Hino Nacional é uma atitude de reverência: postura ereta, em silêncio, mas sem a necessidade de se virar para a Bandeira.
Compreender e aplicar corretamente essas normas é essencial para valorizar os símbolos nacionais, que representam a cultura e a identidade do povo brasileiro.
Conhecimento evita gafes e valoriza os símbolos que representam a Nação.
Regiana Esquiante de Figueiredo
Secretária executiva; cerimonialista; membro do Comitê Nacional de Cerimonial e Protocolo – CNCP, Organización Internacional de Ceremonial y Protocolo – OICP e Associação Brasileira de Profissionais de Cerimonial - ABPC