Com tanta confusão à vista, e com tanta desinformação correndo solta, achei melhor oferecer uma pequena contribuição aos meus diletos leitores. Segue na forma de “lições”, mania de professor.
Primeira liçã nada como um dia depois do outro. Isso tem significados profundos, que não devem ser negligenciados. As consequências envolvidas nesse fato estão relacionadas a um ciclo bastante conhecido de todos: depois de cada noite vem uma manhã, em seguida vem a tarde e, novamente, a noite. É bom saber que sempre existirá um amanhecer, mesmo no caso de não estarmos mais por aqui. Espero que isso reforce o aprendizado das coisas que estão no mundo.
Segunda liçã goiaba, a fruta, não dá em jabuticabeira, portanto nada de criar expectativas erradas ou achar que se pode colher goiabas em pés alheios. Embora possa ser confundida com uma aula de botânica, transcende esse importante ramo do conhecimento. Esta lição é bem simples e não exige raciocínios complexos para sua compreensão. Correto? Desconsiderá-la, porém, poderá causar dissabores, aborrecimentos e má interpretação da realidade, inclusive da política nacional.
Terceira liçã o povo da minha terra costuma afirmar, entre outras coisas, que água morro abaixo e fogo morro acima não há quem segure. Existem diversas variáveis e outros complementos, mas, para o fim a que se destina, deixa como está. Isso não garante a inevitabilidade das coisas. Hoje em dia, e com certo esforço tecnológico, a água pode subir morros e o fogo também se combate com fogo. Cada um que interprete como achar melhor.
A quarta lição pode se assemelhar à culinária, mas não é. Certamente, alguém já ouviu um conservador dizer que, “se a vida lhe der um limão, faça uma limonada”. Embora eu não descarte uma boa caipirinha, desconfie de quem diga isso, pois quem dá limões é o limoeiro. Da vida espere outros lances, bons ou ruins, dependendo do ponto de vista. Em todo caso, como dito acima, frutas vêm de fruteiras. A vida e as pessoas nos dão outras coisas.
Quinta e última liçã a história é boa mestra, ela nos ensina, sempre! Mas, preste atenção, é preciso pensar, raciocinar, ler, se esforçar. Meu antigo professor de Química já dizia que o conhecimento não se transmitia por osmose (não sabe o que é osmose? Procure num dicionário).
Manter a mente aberta, povoada por bons pensamentos, pensar positivo, imaginar coisas boas, querer que tudo dê certo, são atitudes louváveis, honestas, podem até revelar boa índole. Só que não basta. Eu não me esqueço de um conhecido que jogava toda semana na loteria. Na hora, ele se sentia um milionário, fazia planos, sonhava com viagens. Felizmente, nunca fez dívidas, mas nunca acertou um resultado, nunca ganhou um tostão sequer. Era um sujeito feliz, um tanto ingênuo, convenhamos. E você? Vai confiar na sorte ou vai aprender as lições e observar melhor a realidade que nos cerca?