Escola! Escola! Escola! Que espaço é esse? Que aspirações e fracassos essa instituição impulsiona...
Escola! Escola! Escola! Que espaço é esse? Que aspirações e fracassos essa instituição impulsiona ou trava? Que sonhos e derrotas ela esconde? A que propósitos serve? Por que entusiasma tantos corações e mentes? Que sensações ela provoca nos pais, nos professores e nos estudantes? A escola tem dono? É dos alunos, do governo, do investidor, da igreja, do povo, de ninguém ou de todo mundo? Quem é quem nessa história? Educação, ensino, aprendizagem, realizações, ilusões e magia: na escola estão presentes vários elementos interligados, que compõem uma complexidade imensa, cujo enigma, se quiserem desvendar, está na própria escola e na sociedade na qual ela se insere.
Vivemos um momento rico em contradições e em incertezas. A escola não está imune a esse turbilhão, às vezes ela está no centro da tempestade. Todos querem dar um pitaco, interferir, impor disciplina e ditar regras. Que informações e formação temos para isso? O que se sabe é que este é um tempo de escolas ocupadas, de lutas políticas e de disputas quanto à construção do futuro.
Escolas são locais de aprendizagem, mas isso é o óbvio. Escolas são mais do que isso. A aprendizagem, por sua potência, também acontece fora da sala de aula. As escolas são um mundo de relações, de conflitos, de tristezas e de alegrias. As aulas, o conteúdo, as práticas e um monte de outras coisas são apenas parte deste universo. São possibilidades que libertam ou oprimem, que formam cidadãos, sujeitos de sua própria história, ou infelizes marionetes.
O que as pessoas querem da escola? O que esperam dela? Eis algumas das expectativas mais difíceis de serem compreendidas na atual temporada. Só que é preciso insistir na escola, na sua independência e na sua capacidade de despertar o senso crítico.
É bom saber que os alunos também têm suas expectativas, quase nunca coincidentes com as dos gestores, com as dos pedagogos, com as dos professores, com as dos pais e com as de uma parte da sociedade. Até porque muita gente acredita que a escola serve para domesticar, para domar as crianças e os adolescentes, em especial os ditos rebeldes, os livres. Alunos têm seu momento especial de amadurecimento, de descobertas e de utopia, mas é muito difícil quantificar e agir neste contexto tão subjetivo. Não é por acaso que muitos se frustram.
Um dia, um aluno meu esperou a aula terminar e quando todos os colegas deixaram a sala ele foi até a mesa onde eu arrumava meus papéis e me falou: “Professor, tenho medo de errar”. Eu respondi, na “bucha”: “Não se preocupe, você está no lugar certo! Aqui você pode errar sem medo!”. Errando ou acertando, parece que os alunos resolveram tomar a dianteira do processo político. Vão em frente!