Quiabo não é unanimidade, uns adoram e outros detestam, que nem jiló. No que me diz respeito, é o ponto forte de uma iguaria da culinária mineira: o frango com quiabo, e não é preciso dizer mais nada. Para mim, a existência desse prato já seria o suficiente para gostar do simpático fruto.
Aliás, quiabo é fruto, verdura ou legume? Se souberem, digam logo. Só não dá para elevá-lo de patamar colocando-o a salvo de críticas. Comida é assim mesmo, gosto não se discute, não é o que aprendemos desde a infância? Ele tem uma baba polêmica, tão adorada quanto contestada ao extremo. Sua baba nos remete ao ato de escorregar, de fugir dos compromissos, não se comprometer com a palavra dada, no tempo em que isso era importante. O mundo está mudado, se brincar, tem criança que não sabe como é uma hortinha de couves.
Às vezes, quiabamos na hora “h”, principalmente quando o abacaxi é difícil de descascar, ou seja, se o problema é grande, se dá trabalho para resolver. É claro que depende do preço, se a banana não estiver muito cara, se estiver a preço de banana, tudo se resolve. Isso se não formos uns bananas: sem atitude ou coragem, sem força ou ânimo. O que importa é a cereja do bolo, o toque final, o pormenor que faz toda a diferença.
Conversa mole pra boi dormir é o que uns falam pro seu docinho de coco, apelido carinhoso dado à pessoa amada. Só não abusem da paciência, senão ela é capaz de mandar um solene: “vai catar coquinho”, insulto adequado a quem está incomodando. Em outras palavras: se afaste, vá fazer outra coisa, não atrapalhe os afazeres alheios, senão o caldo entorna, o doce queima, o arroz vira papa.
Nessas horas, “parece que chupou limão”, frase usada quando a pessoa está emburrada, de mau humor. Fazer o quê? Responda com todo carinho: “Se a vida te der limões, faça uma limonada”, ditado cada vez mais popular. Significa que é preciso transformar as situações ruins e indesejadas em algo especial. Que tal partir para a sobremesa?
Que não seja uma maçã podre, pois são detestáveis as más influências, ou seja, alguém que “contamina” as outras pessoas, porque tem mau comportamento e espalha sentimentos negativos. Esses são os pessimistas, os que se envolvem em brigas e carecem de pensamento crítico. Melhor deixá-los pra lá, de lado, afaste-se antes que o ambiente seja corrompido.
Mamão com açúcar vai bem, sobremesa simples de ser preparada. Eu não posso abusar, senão os índices glicêmicos sobem muito. Prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. E, para terminar, não vou chorar as pitangas, senão fico com cara amassada, semblante entristecido. Melhor comer o frango com quiabo antes que esfrie. Vem comigo! Não vale quiabar, hein!