ARTICULISTAS

Os mistérios da vida

Renato Muniz Barretto de Carvalho
Publicado em 19/06/2023 às 20:56
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São muitos os mistérios dessa vida. Nem todos são desvendados no devido tempo e a contento. Eles surgem a todo instante, apavoram os crédulos, intrigam os cientistas e encantam as crianças. Alguns são mistérios breves, assim que solucionados desaparecem, misteriosamente. Outros são longevos, talvez nunca sejam decifrados ou compreendidos. Com certeza, vocês já se depararam com mistérios nas suas vidas, quem nunca?

Segredos e enigmas dos céus e da terra estão presentes na trajetória da humanidade sabe-se lá há quanto tempo. Basta olhar para o espaço cósmico e perguntar-se, por exemplo, sobre a existência de planetas habitados por alguma forma de vida dita inteligente. Os extraterrestres são lendas? Será que vamos descobrir algum dia?

Misteriosos, o amor, a paixão e o ódio também fascinam as pessoas desde o tempo das cavernas. Se alguém nunca experimentou, atire a primeira pedra. Às vezes, esses sentimentos aparecem ao mesmo tempo e com imprevisibilidade impressionante, confundindo percepções.

E há os pequenos mistérios, tão relevantes como os grandes dilemas da humanidade. Dúvidas pessoais, problemas corriqueiros e intimidades que se transformam em confidências inexpugnáveis, em dogmas, doutrinas secretas ou enredos de romances policiais. Não os desprezemos.

Um dos maiores mistérios com os quais as pessoas se deparam amiúde é o que acontece com os objetos que desaparecem nos vãos dos sofás. Chaves, clipes, tampinhas de caneta, brinquedos, pequenos frascos, moedas e óculos entram nesses espaços insignificantes e, simplesmente, desaparecem, somem. Dependendo das circunstâncias, para sempre.

Os fabricantes deveriam inserir nas instruções de uso algo do tipo: “Cuidado, este móvel possui frestas que engolem objetos”, mas não há avisos nem constam advertências nos manuais do proprietário. Vacilo das entidades de proteção ao consumidor ou negligência, o fato é que muitas coisas somem e nunca são encontradas. Vocês, leitores, já devem ter perdido algo num desses sofás. Fundo falso? Mágica? Moram nesses espaços seres minúsculos que se alimentam do que surrupiam dos incautos? Será que aí se escondem ilusionistas, prestidigitadores ou feiticeiros que gostam de nos enganar? Saberemos algum dia?

Volta e meia, os sumiços inexplicáveis assolam os descuidados, os ingênuos e os oportunistas. Também costumam ocasionar graves lesões sociais e políticas em diversos setores da vida nacional. A ciência da história é uma das mais afetadas. Muitas pessoas se esquecem do passado, deturpam acontecimentos por ausência total ou parcial de análises da realidade. Pesquisas científicas são ignoradas ou desaparecem nas frestas profundas do obscurantismo.

Acho complicado comparar coisas tão diferentes, mas tem hora que olho por aí e penso que as frestas de algum sofá engoliram o bom-senso e as responsabilidades. E mais: estão desaparecendo a sensatez, as florestas, os direitos dos povos indígenas, etc. Resta uma terrível impressão de que jamais acharemos o pensamento crítico e a tolerância, tão necessários para a construção do futuro. Depois passa.

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