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Tudo sobre os desastres ambientais

Outro dia, um amigo disse que tinha conseguido formular um juízo luminoso sobre os últimos desastres ambientais

Renato Muniz Barretto de Carvalho
Publicado em 02/11/2019 às 10:16Atualizado em 18/12/2022 às 01:34
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Outro dia, um amigo disse que tinha conseguido formular um juízo luminoso sobre os últimos desastres ambientais que assolaram o Brasil. Explicou que tudo começou quando os índios destruíram as florestas brasileiras. Como todo mundo sabe, essas florestas foram criadas no governo Mem de Sá, aquele que gostava tanto de fado que ficou conhecido como Governador-geral Safado. Em seguida, Dom João Pedro VI veio e vendeu o que podia para os países amigos. A intenção era forçar o governo Vargas a pagar a construção dos estádios da Copa de 1950, mas as obras atrasaram e os uruguaios levaram o troféu. 

A entrega das riquezas naturais que sobraram se deu nos governos (in)consequentes, quando vários mandatários inovaram a administração e inventaram o retrocessus politicus. Muitos ficaram tão deslumbrados que viraram nome de rua e figuram entre os homens mais intrigantes do planeta. Quando as reservas minerais passaram à responsabilidade dos governos militares, eles as repassaram aos guardadores de carro do Rio de Janeiro. Com a ajuda dos cambistas, eles conseguiram enganar o polvo, dizendo que não ia ter Copa, mas, na verdade, era um expediente que os europeus inventaram pra vir ao Brasil e criaram esse negócio de copa pra inglês ver. Os alemães também quiseram ver, todo mundo queria ver e os argentinos ameaçaram invadir Florianópolis se eles não viessem ver também. Então, queimaram as florestas para pagar as despesas e a população começou a morrer à míngua, sem água, sem pão e sem o SUS.

A bola rolou, mas a turma não gostou e muita gente achou que devia dar calote. Sem saber onde era a marca do pênalti, começaram a quebrar tudo. O governo lulopetistacastristachavistaursalino resolveu trazer pra cá os médicos cubanos para fazerem uma lavagem intestinal e cerebral nos brasileiros e nos alunos das universidades públicas. Aí, surgiu o Pré-Sal, a salvação da lavoura. Os americanos se propuseram a tomar conta, o Brasil inteiro foi passear de ônibus coletivo e os políticos foram comer lagosta no Ceará, sem ninguém para incomodá-los.

Após as tragédias das barragens, apareceu a oposição. Era a oposição à bola redonda. Falaram que iam acabar com a saúva ou a saúva acabaria com o Brasil e resolveram livrar o país da esquerdopatia galopante. Quando os Coxinhas assumiram o governo, o pessoal da música sertaneja foi chamado para comandar os ministérios. A promessa era colocar ordem e progresso no galinheiro, acabar com a bagunça na sala de aula, com a cola, com a corrupção, com os vazamentos de petróleo, com o(s) verde(s) e a pouca-vergonha nos botequins. Pior cego é o que não quer ver. 

E o meio ambiente? Sei que muita gente não entendeu nada do que o meu amigo explicou, mas tanto faz, é assim que têm sido as coisas, cada um fala e escreve o que quer! Ou não?

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