Há valiosos diamantes, raros, brilhantes, joias caras, obtidos pela perseverança da busca ou pela sorte, mas que, uma vez dispostos ou perdidos, podem jamais retornar ao seu acervo pessoal. Diamantes, todavia, não se configuram apenas como pedra cobiçada, por representarem altas cifras. Há também diversos diamantes que a vida nos dispõe pela graça divina natural. Figura-se como diamante Amor, que muitas vezes se vai pela arrogância ou indiferença do destinatário. Há diamante Saúde, perdido por desatenção ou extravagância. Diamante Dignidade, cujo descaso pela preservação da honra e do caráter fica postergado por comportamentos inferiores. Diamante Paz, pela consciência limpa e tranquila. Enfim, há nessa vida inúmeros outros diamantes, cujo valor é imensurável por vil moeda. A perda desses pode desconsolar para sempre até aqueles possuidores de abundantes riquezas que, alcançados e atingidos na razão em face da perda essencial, são tomados por lancinante dor, ainda que latente e inconfessa. Há joias e joias que não se submetem à vontade do vil metal. Quando a razão toma ciência do prejuízo, jogado o diamante fora por descaso, emergindo a conclusão da impossível recuperação, o arrependimento e o remorso causam ferimento doloroso, decorrente do reconhecido desmazelo com as tão nobres preciosidades desprezadas, antes disponibilizadas pela graça da vida. Talvez ainda pior para aqueles que somente tiveram ao alcance esses diamantes essenciais e ainda assim os relegaram ao descaso. Segure seus diamantes, mentalize o verdadeiro valor e os resguarde da perda. Se possível, lapide, lustre, contudo, sempre os proteja e conserve. Pode parecer piegas, mas, refletindo serenamente, a rigor, a vida feliz depende da conquista e do abrigo desses sentimentos essenciais, ainda que aparentemente singelos, porém mais valiosos que os raros minerais brilhantes. Enfim, preserve com zelo seus diamantes fundamentais.