Era uma lúdica série animada por desenhos na televisão. Desenvolvia-se num cenário então utópico, futurista. Apresentava ficções de uma vida espacial com diversas possibilidades tecnológicas. Discos voadores, o que deixava para trás o tempo da roda como fator central. Comunicação sem fio à distância, transposição de matéria, dentre tantas proposições imaginárias. Pois é! O que era utopia tornou-se já, na maioria das projeções, realidade, e parte delas até ultrapassadas. Em termos de eras, isso foi logo ontem. Não é demais admitir que o tempo da roda já ficou para trás. A transição está acontecendo paulatinamente. As inúmeras possibilidades cibernéticas, satélites artificiais, GPS, robótica, inteligência artificial... estão cada vez mais incidentes. Praticamente cada um carrega consigo um computador avançado na mão, que ouve e propõe rumos. Esse Homo sapiens andou para longe de seu começo, mas ainda caminha à procura de si, de suas origens. Afinal não pode ignorar que existe como um ser. Progrediu tanto tecnologicamente, contudo continua ancorado no que se refere à evolução da alma, pelo amor, preso a sentimentos primitivos arraigados no seu âmago. Não resolve se enfrentar para ultrapassar as presilhas da inveja, da ganância, da falta de compaixão, da excessiva ambição pelo poder. No campo do sentir, o espírito humano insiste em não se mover de seu lugar, e quando o faz é lentamente, mas retorna e não decola. Amor é a palavra-chave, cujo conteúdo há de ser efetivamente decifrado. Rigorosamente, é o que nossa humanidade precisa estabelecer para se resolver feliz. Aplicar o amor, não fazer guerra. No entanto, se num lampejo a tecnologia deu um salto, quem sabe um dia possamos fazê-lo em relação à alma. Precisamos também de utopias do sentir, não só das tecnologias imaginadas ao tempo dos “Jetsons”.