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De hinos e coisas chatas

Tharsis Bastos
Publicado em 19/10/2023 às 18:52
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Hoje eu me lembrei quando, certa vez em Uberaba, estávamos numa roda mais erudita, conversando sobre o quanto é chata esta questão da valsa italiana, chamada “Vieni Sul Mare”, ter sido “aproveitada” para se tornar o tão famoso “Oh, Minas Gerais, quem te conhece não esquece jamais!”.

O resultado é que, por se tratar de um “acoplamento”, ou seja, você reconhece que a música não é sua e, como já tem mais de 50 anos (perdeu os direitos de autoria), você vai e “acopla” uma letra.... Tudo bem. É legal, do ponto de vista jurídico. Mas não acho nada “legal” do ponto de vista ético, para se fazer um hino.

O resultado é que, até hoje, Minas não tem hino oficial... Já fizeram concursos (ao menos dois, que eu saiba), mas a valsinha italiana grudou no imaginário popular de uma tal forma que, por fim, bem ao modo dos mineiros, a coisa foi ficando como tá, pra ver como fica...

Você também acha a coisa meio chata? – Você não sabe de nada...

Bem diferente é a história do nosso Hino Nacional Brasileiro. Aí o bicho pega mais feio....

Com a explosão das redes sociais e com todas as facilidades de podermos hoje consultar tudo em todo o mundo, existe uma coisa muito mais chata rodando por aí...

A melodia do nosso Hino foi (teoricamente) composta em 1831 pelo músico, professor, compositor e maestro brasileiro Francisco Manoel da Silva (1795 – 1865). A letra, de autoria do literato e poeta Joaquim Osório Duque Estrada somente seria escrita quarenta anos depois, com Francisco Manoel já morto (Os dados são da Wikipédia).

Quando o conjunto, melodia mais letra, foi apresentado, às vésperas do centenário da Independência, o Imperador houve por bem baixar um decreto que oficializou então este conjunto como nosso Hino Maior. Mas onde está a “coisa chata”???

Que o querido Chico Manoel me perdoe, seja lá onde estiver, todavia, depois que ouvi essa opereta (de um único ato!), composta pelo Franz Liszt em 1825, cheguei à conclusão de que os mineiros fizeram algo bem mais transparente. Reconheceram e reconhecem que a melodia é italiana!

E se você que me acompanhou até aqui quiser saber o motivo desta minha conclusão, fique à vontade: Vá ao Google e pesquise sobre Franz Liszt e a ópera “Don Sanche”, que também tem por subtítulo: Le Chateau D’Amour.

Depois me conte!...

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