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Gostosa demais!

Mesmo tendo saído de Uberaba há tantos anos, nunca permiti que a cidade saísse de mim...

Tharsis Bastos
Publicado em 29/07/2016 às 20:15Atualizado em 16/12/2022 às 17:57
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Mesmo tendo saído de Uberaba há tantos anos, nunca permiti que a cidade saísse de mim. Venho sempre, volto constantemente, visito, revisito... Um prazer imenso de pisar as ruas. Maior ainda de rever amigos.

Uberaba acolhe, Uberaba conforta minhas dores num abraço de recordações generosas. Tudo inspira saudade e tudo conspira para o bem-estar. Coço a cabeça já alva, respiro fundo e digo para mim mesm um dia volto! Mas esse dia nunca chega... são tantas obrigações a nos lembrar da luta desigual pela subsistência!

Agora, nessas semanas agitadas da política, a profissão me traz de volta. Que bom! Trabalhar naquilo que você sabe e ainda por cima no lugar que você ama... Quer melhor?

E nesses dias de embate político, sempre que posso afasto-me das paixões e radicalismos que o momento enseja, e caio gostosamente nos braços da prosa salutar com amigos. Proibido falar em eleições! Nada de insinuações sobre o tema, nem mesmo piadinhas maldosas!

E são em rodas assim que fico sabendo das coisas de minha terra. Descobri, por exemplo, que o Surubim (Claudinho) manteve sim a nossa tradicional roda musical. Porém, agora a coisa é mais restrita. Precisa de senha e contrassenha para acessar o ambiente!

Conto os amigos na mesa... Sei de cor e salteado nome e sobrenome dos presentes. A maioria cresceu comigo. Moleques do Grupo Brasil, Ginásio Ricardo Misson, depois do TG-059, depois do “Zezão”, depois da Fiube...

Falamos dos amores desfeitos, dos sonhos contidos, da sina de outros amigos que o mundo engoliu de roldão. Brindamos em silêncio os que se foram, como o Lineu, o gringo Jerry, Reynaldo “7 cordas”, que partiu um dia desses.

Falo com espanto das coisas estranhas que vej um shopping novo cercado de carros lá fora, evitando pagar o estacionamento lá dentro... A padaria charmosa, talvez a mais “cult” da cidade, onde o pão francês é bromato puro e esfarinha-se na mão! Comento que em BH não é assim...

Mas escuto também coisas boas, como a divulgação nacional da cidade através de eventos esportivos. As modernas avenidas que vão se rasgando nas periferias, criando quase que involuntariamente um anel viário em torno do hipercentro.

E nestes frugais momentos, distante da batalha diária e perto de amigos “do peito”, percebo que se Deus houvesse pesquisado por todos os cinco continentes de Seu mundo, não poderia ter achado melhor lugar para me instalar geograficamente... Eu amo minha cidade!

(*) Jornalista

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