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Nós e a Egrégia

Foi criado em Uberaba um grupo empresarial, autobatizado de G9

Tharsis Bastos
Publicado em 22/07/2014 às 21:48Atualizado em 19/12/2022 às 06:47
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Foi criado em Uberaba um grupo empresarial, autobatizado de “G9”, cujo objetivo é lutar pelo desenvolvimento do Município.

A princípio, parece-me ser vergonhoso, além de inútil, Uberaba possuir (e manter, custear) uma Câmara Municipal de Vereadores, quando é necessária a intervenção de lideranças empresariais para cobrar, sacudir, impulsionar o município.

Basta uma convocação e o G9 consegue colocar sentados à mesma mesa o prefeito, os deputados e demais técnicos envolvidos na questão do gasoduto. Posso estar enganado, mas, na foto que vi nos jornais, não havia nenhum edil entre os presentes.

Anos atrás, de forma jocosa, dizíamos que os nobres vereadores de Uberaba serviam para votar projetos dando nome às ruas do município. Hoje, quem anda pela cidade pode notar que as ruas não possuem placas indicando seus nomes ou as possuem, mas, de tão apagadas, nada se consegue ler. Nem para isso servem mais os nobres colegas?

Acredito que Uberaba não tem culpa neste processo. Por todo o Brasil, ano após ano, intensifica-se a pergunta que não quer calar: nós precisamos “mesmo” de câmaras de vereadores em nossas cidades?

O Brasil possui cerca de cinco mil e quinhentos municípios. Se cada Câmara municipal possuir a média de nove vereadores, nosso país deve ter perto de 50 mil edis! Supondo que cada um dos “nobres colegas” receba, em média, 5 mil reais por mês, o nosso roto e minguado bolsinho custeia 250 MILHÕES DE REAIS todos os meses, apenas de salários... sem contar verbas de gabinete, assessoria, despesas com viagens e sei lá o que mais. São 3 bilhões de reais por ano só em salários. (Os nobres vereadores gostam que digamos “proventos”. Salário é coisa da inculta choldra...)

As atribuições principais, contidas na gênese do Legislativo municipal, são criar e aprovar leis que beneficiem a comunidade e fiscalizar as ações do Poder Executivo. Todo mundo, até o mais cabeludo dos vereadores, está careca de saber que as Câmaras Municipais brasileiras não criam lei nenhuma. Estas, as leis, são geradas em gabinetes técnicos do Executivo e depois “levadas ao plenário” para votação. Se o Prefeito tiver força (moral, política ou financeira) junto aos vereadores, serão aprovadas.

Quanto à fiscalização... bem, é outra balela. Ai de nós, o populacho, se neste país não houvéssemos dado o mínimo de independência e poder investigativo ao Ministério Público...

Porém, como temos um “pacto federativo” a ser preservado, sob pena de sermos acusados de inimigos da democracia, vamos engolindo, através das décadas, este assunto de câmaras de vereadores. E o curioso é que, se fosse feita uma consulta popular, um plebiscito, a esmagadora maioria dos brasileiros optaria por simplesmente suprimir este organismo da vida pública!

E os poucos, aliás pouquíssimos, brasileiros que defendem a manutenção do Poder Legislativo municipal são unânimes ao afirmar que gostariam de ver os senhores vereadores atuando da forma como atuavam há alguns anos: sem remuneração... Será que sobraria algum dos atuais???

Perdão, Egrégia!!! Aberto aos apartes!

(*) Jornalista

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