Para os “muito urbanos” que não a conhecem, é uma frutinha amarela, com a polpa doce, muito usada para doces e geleias. Nativa, não conheço ninguém que a tenha encarado como “cultura”, ao contrário de suas primas pretas, as jabuticabas, para as quais existem algumas “fazendas” forradas de árvores produtoras.
Exatamente por serem raros e frutificar uma vez por ano, os pés de murici viram alvo das pessoas que, ávidas pelo fruto, limpam um pé inteiro quando encontram algum. Na roça é muito comum a frase – É TEMPO DE MURICI, CADA UM CUIDA DE SI!
Nessa apodrecida árvore chamada Administração Federal, nada funciona. A última e infeliz novidade é a iminente quebra dos Correios. Descaso, pouca-vergonha e roubalheira, como sempre, estão sepultando uma empresa que só precisaria de um mínimo de seriedade para ser hiperlucrativa. “A internet matou os Correios”... balela! Conversa de barnabé bem remunerado que não quer trabalhar. Só o serviço de logística (sem roubos) manteria toda essa estrutura funcionando, com lucro!
Se você precisar usar o sistema previdenciário brasileiro, seja fisicamente ou pelo famigerado “135”, se prepare. O descaso, a má-vontade, a absoluta falta de respeito com o cidadão, ultrapassa qualquer nível de revolta. “O sistema não está no ar”... “O agendamento leva 20 dias”... É um escárnio. Um absurdo só suportado pelo rebanho brasileiro, o bom e pacífico gado que nasceu para pastar suas agruras.
E vai por aí afora... Você anda pelas ruas e vê concessionárias de serviços públicos, que “alugam espaço nos postes”, fazendo loucuras, emaranhando fios que na maioria das vezes são arrebentados e ficam ao chão... Você vê estradas (alô, BR-262!) onde essa trupe de ladrões, chamada governo, permite cobrar pedágio para se entregar um serviço horroroso. Enfim, para onde quer que nos voltemos, vamos percebendo, com a idade, que só resta a alternativa de curvar a cabeça, engolir a revolta e ir pra casa... Não tem jeito!
Pelo menos um grande e muito patriótico gesto esses arremedos de políticos, essa cambulha desonesta que infesta nosso Congresso, poderia fazer: votar um projeto de emenda à Constituição, autorizando trocar aquela frase escrita no pobre e esquecido trapo verde-amarelo. Creio que a melhor sugestão seria: “É TEMPO DE MURICI!”.