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Para 14 leitores:

É extrema a pretensão do articulista! Talvez o número de leitores destas linhas sequer atinja metade de sua expectativa...

Tharsis Bastos
Publicado em 14/11/2016 às 10:36Atualizado em 16/12/2022 às 16:36
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É extrema a pretensão do articulista! Talvez o número de leitores destas linhas sequer atinja metade de sua expectativa. Mas, com um pouco de sorte, pode acontecer que as palavras abaixo cheguem aos olhos (ou ouvidos) dos “quatorze alvos” que anseio impactar com esta mensagem.

Dirijo-me aos senhores eleitos (alguns reeleitos) para representar o Povo de Uberaba na Câmara Municipal de Vereadores, no período 2017-2020.

Sei que neste momento de pré-posse os senhores estão ocupados com as articulações e diálogos em torno da formação da nova Mesa Diretora dos trabalhos. Porém, peço apenas alguns minutos de reflexão sobre os temas abaixo.

São algumas propostas feitas num momento precioso e único. Os senhores irão, dia Primeiro de Janeiro, estrear um novo ciclo da Legislatura. Não há momento melhor para também estrearem uma NOVA ATITUDE, uma forma melhor de nos representar.

Sugiro aos senhores que iniciem, como fez Jesus com seus apóstolos, dividindo-se em “duplas de trabalho”. Escolham um companheiro e, de uma forma realmente REPRESENTATIVA, saiam às ruas de Uberaba para vivenciar o cotidiano do povo.

Eu acho que seria infinitamente prazeroso à população, saber que existe uma dupla de vereadores que faz visitas aos bancos de Uberaba. Uma dupla que descubra que ali, no covil dos rentistas, na casa daqueles que crescem 40% ao ano em meio a esta crise deletéria, o povo vem sendo tratado da forma mais indigna possível. Entrem numa fila, retirem uma dessas famigeradas “senhas”, fiquem aguardando 30, 50 minutos, às vezes até mais de hora...

Uma outra dupla, por exemplo, poderia fazer visitas aos grandes supermercados, que levam fortunas mensalmente para fora de Uberaba, para suas matrizes distantes, dinheirinho suado do nosso povo. E verão que existe uma “fila” de caixas sem atendentes, vazios, ao passo que o povo aguarda sofridamente nas outras filas para pagar suas compras.

Outra dupla mais, poderia frequentar os balcões para reclamações da nossa companhia de energia elétrica, ou do sistema de telefonia móvel. Ou passar o dia, como muita gente faz, ligando insistentemente para ser atendido por robôs que nada resolvem.

Dupla de vereadores para ir se misturar às filas nas unidades de atendimento da saúde. Dupla de vereadores para fazer um tour completo pela cidade, utilizando ônibus coletivo, por volta das 7 da manhã ou das 18 horas. Dupla de vereadores para visitar os quartéis e a delegacia de polícia e ver em que condições trabalham aqueles dos quais cobramos proteção e segurança.

Dupla de vereadores que frequentasse cartórios (concessionários públicos) com filas intermináveis, que frequentasse lotéricas (concessões também), serviços postais... Enfim, dupla de vereadores que estivesse presente em todas as situações que o povo de Uberaba é tratado com desrespeito e falta de dignidade; e precisa frequentar, porque sem esses serviços não consegue arrastar o pesado fardo do dia a dia.

Acho que é para isso que deveria servir o Vereador. Para defender a comunidade onde ela é maltratada ou mal-atendida. E o povo, infelizmente, não passa o dia refastelado em poltronas confortáveis, em gabinetes herméticos, desfrutando do refrigerado ar ambiente.

Pensem senhores: O povo de Uberaba deu um recado claro nessas eleições que espera ALGO NOVO de seus políticos, de seus representantes. Por que não iniciar agora, nesta nova Legislatura, este ALGO NOVO que nosso povo anseia?

Os olhos da população brilhariam e sem nenhuma dúvida teríamos muitos aplausos para uma Câmara Municipal que tivesse o brio e a coragem de inaugurar um SISTEMA NOVO DE REPRESENTAÇÃO.

Resta responder à pergunta que alguns certamente me fariam: por que em duplas?

- Primeiro porque as cenas que os senhores verão são tão indignas, tão incrivelmente absurdas, que necessitarão de um segundo testemunho. E depois, porque quando vocês virem as condições com que nosso povo é tratado, certamente irão precisar de um ombro onde possam deixar escorrer livremente o pranto pela tristeza social em que vivemos. Como dizem os ingleses: “think about”...

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