ARTICULISTAS

Percepção do cotidiano: o pensador

Vania Fonseca
Publicado em 27/09/2021 às 20:01Atualizado em 18/12/2022 às 16:11
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Como arredar os entraves acumulados nas curvas dos pensamentos, sentimentos e emoções? Como preencher o “vazio existencial” que se faz por falta de quê? Como agir quando o que se busca depende de sabedoria e amor, ainda, não conquistados?

Essas questões acompanham o ser humano ao procurar pela almejada felicidade e podem ser causas de depressão ou corriqueira insatisfação! Trilhas são escolhidas e, em algum final, há possibilidade de encontrar-se com a incompletude inicial. Lá, os motivos alegados foram imaturidade, não formação para compreender e trabalhar os desafios. Porém, o tempo passa! Há construção de uma profissão para sustentar a existência cercada pela conquista de outras pessoas que se anexam ao nicho familiar. Consegue-se o sucesso que supre a necessidade material! Mas..., o ausente é presente! O que falta? Ou, o que sobra com o preenchimento pela exaustão mental diante de tantas lutas vencidas ou não? O que escoa em má água não superada?

Enfim, pode-se chegar a um “segundo tempo”, que independe da idade cronológica, no qual o jogo da vida mostra poucas respostas para muitas indagações! O “Homem de Rodin” (“O Pensador”, do escultor francês Auguste Rodin), por muito, continuará a se perguntar: por que sofro? Senhor Rodin, a suficiência ou não, intelectual ou material, leva o indivíduo a percorrer caminhos na direção interna de si mesmo, a vislumbrar outra dimensão de compreensão que traz a crença de que a felicidade transita pelas vias da justiça! Cada um usufrui da semente cultivada em algum tempo que é eterno para uma vida passageira! O estar bem é possibilidade para quem pratica um “projeto pela paz” (Papa Francisco), em plantio de ações fraternas e de perdão, que permeiam tempos passados e presentes!

E no fazer a existência, no devir humano, a animosidade e desassossego podem puxar o fio de um desgosto tecido em época longínqua e transformá-lo em motivo para autoiluminação. “Viver é um ato heroico” e muitos o fazem sem essas percepções, simplesmente existem, remam ou flutuam! Como viver bem? Inúmeras receitas promissoras são mediadas pelas novas Tecnologias de Informação e Comunicação, em reflexões propiciadas, sobretudo, pela Filosofia e religiões. Entretanto, a chave é específica para abrir a individualidade de cada um! Soluções caseiras não trazem acento aos terrenos internos do indivíduo sofrido perante inúmeras incertezas.

Profa. Dra. Vania Fonseca - Bióloga e Pedagoga - fonseca.vm2020@gmail.com

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