ARTICULISTAS

Percepção do cotidiano: um reino encantado no Oriente Médio?

Vania Fonseca
Publicado em 15/02/2025 às 12:37
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Enquanto assistia ao filme “O Físico” (2014), enxerguei, em outra tela mental, a grandeza da atual sociedade do Brasil! Inicialmente na Inglaterra, século XI, o cenário medieval apresenta: descentralização de poder entre senhores feudais; rejeição aos judeus e cristãos pelos muçulmanos; pobreza visível pela falta de alimentos e socorro às doenças, inexistência de saneamento básico e moradias dignas; ausência de educação e de justiça humana para regulamentar a moral e a ética.

Mergulhada neste espaço, desenvolve-se a história de Rob – criança adotada por um “barbeiro” que arrancava dente à força e sem anestesia. Movido pela paixão de curar vidas, Rob inicia longa viagem rumo à Pérsia (atual Irã) para encontrar a escola de seu sonho; torna-se Físico – nome equivalente a médico; usa a premonição no socorro às vítimas, e faz dissecação ilegal para estudo de cadáver humano.

A partir deste contexto, alinhavo a realidade política, religiosa e socioeconômica da Pérsia de então ao Oriente Médio atual, marcado por: forças políticas subordinadas aos interesses das religiões e etnias; diferentes formas de governos – monarquias, repúblicas; regimes autoritários, e desrespeito aos direitos humanos. Constato que a barbárie ainda se mostra presente, perdura a falta de “civilização” como se o tempo não tivesse ido embora! Diante do progresso científico e tecnológico, das riquezas materiais, o homem desta sociedade não evoluiu na conquista de sentido para a vida e emancipação.

Lembro-me da infância encantada pelos contos árabes – “Aladim e a Lâmpada Maravilhosa”, entre outros de o “Livro das Mil e Uma Noites”, e me deparo com a região atual limitada por Irã, Síria, Israel, Cisjordânia e Gaza, transfigurada apenas na roupagem física de seus personagens! Enriquecidos pelo conforto das ciências e religiões, continuam a vivenciar situações traumatizantes e estressantes, alheios ao desenvolvimento de sentimentos nobres que possam mudar a interpretação de mundo para conquista de paz. Bárbaros, exterminam-se pela posse da riqueza de reinos, pela crença de que se tornam imortais não por sua bondade, mas pela maldade ao governar súditos!

Dessa terra mágica, porém conflituosa, a outros cantos da Terra, guerreiros lutam em nome de Deus, vislumbra-se a limpeza planetária mediante ações edificantes em benefício dos componentes de seus ecossistemas. Há admiração pelo que somos, pela beleza da vida, pela grandeza das vestes e palácios, pelo significado de seus mistérios! Porém, a religião – lenitivo para aflições é, também, motivo de discórdias e não suficiente para mover o indivíduo a enxergar Deus em seu próximo!

Avançamos no tempo, entretanto, são visíveis os riscos da limpeza étnica, sobretudo por questões geopolíticas e religiosas. Os desvarios ainda persistem em outros patamares de variáveis: ações humanitárias incertas, aliadas à própria estrutura física da Terra que, exaurida, estertora em gritos de enchentes e tempestades, em ondas de calor e frio que se digladiam em busca da resistência humana.

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