Quando formamos um filho, nó nos realizamos nele. Ao longo da caminhada os estudantes vão se formando, do Jardim da Infância ao Ensino Médio, depois os títulos universitários. Em todas as etapas do processo educacional nós, pais, ficamos babando com as nossas crias. Na formatura do pré-primário não há pais que sejam mais corujas do que o outro. Sem falar da paciência que nos enlaça ao assistirmos as crianças dançando e interpretando os seus personagens em teatro. Somente quem é pai pode saborear, senão é chatice na certa. Depois, no nono ano, as nossas crias já estão mais eradas, embora a caminhada ainda esteja longe do objetivo traçado. Quando chegam ao terceiro ano do Ensino Médio, os nossos adolescentes estão cheios de esperanças e de angústias profissionais. Formam-se, mas têm pela frente o Enem, o vestibular, uma nova etapa de desafios para entrar na Universidade e concluir um curso que poderá ser seu caminho profissional pelo resto de suas vidas. Ou não. Poderão chegar num determinado estágio e concluir que não era aquele o curso que gostariam de fazer, equivocaram-se. Entretanto, aquela conclusão do Ensino Médio é uma lembrança que se eterniza na retina dos estudantes. Ali, se iniciará um novo período. As amizades antigas e novas, das valsas dos 15 anos, do primeiro namoro, do primeiro beijo e do ciúme, ficam como tatuagens em nossa alma e se avolumam conforme as recordações. Os pais passam a ter a certeza de que os seus rebentos não são mais crianças, cresceram e querem e precisam voar. Formatura sempre é momento de recordações, de lágrimas e de renovação de esperanças. E, acima de tudo, que os nossos filhos estão indo bem. Ao passar no vestibular, é um novo degrau ocupado, não mais importante do que os anteriores, somente diferente. A universidade os transforma, aprofunda o censo crítico, fá-los em mistura de aventura e responsabilidade, de festanças e estudos. Começam a se aproximar daquilo que se quer ser, sem deixar de ser o que são. Quando um filho, então, gradua, a explosão se apresenta em nossos corações. A nossa emoção é insubstituível, narrada somente por aquele que a vive. Nada substitui nada. O nosso contentamento é com a vitória deles. Passamos a ver os nossos filhos como os verdadeiros conquistadores de seus sonhos. Aos jovens formandos, o nosso reconhecimento da sua luta na conquista de um sonho, mesmo sabendo que estudar é para sempre. Formamos todos os anos. Estudamos sempre. É uma conquista fantástica para aqueles que veem na educação uma ferramenta poderosa de libertação e de ascensão social. Educar-se é acreditar no mérito do fazer e do conquistar. Educar-se é acreditar no aprimoramento do saber como instrumento de renovação de perspectivas que alarguem a visão de mundo, de compreensão do outro e de si mesmo. Nada é mais valoroso que o saber fazer, saber ensinar, saber aprender. Aos pais dos nossos formandos o nosso abraço, que expresso em alegria pela formatura de minha filha Eloá de Azevedo Caixeta.