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Avança, Brasil

O país acordou diferente

Gilberto Caixeta
gilcaixeta@terra.com.br
Publicado em 25/06/2013 às 19:57Atualizado em 19/12/2022 às 12:20
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O país acordou diferente. Os movimentos sociais, ao percorrerem as ruas e avenidas, deram a nós um ar de emoção e de perigo. Perigo devido aos excessos cometidos pelos vândalos que, aos poucos, foram sendo expurgados pelas lideranças saudáveis. Esses vândalos retratam uma manifestação que não queremos ser e eles não são referencias. A repressão da tropa de choque fortaleceu a unidade das manifestações e deu consistência ao entusiasmo de sair às ruas novamente. A polícia, então, ajudou. A emoção tomou conta daqueles que saíram às ruas, dos que assistiram pelas janelas e sacadas ou em pé à porta de casa. Os que ficaram à frente da televisão se interagiram na perplexidade dos excessos e leram as mais criativas frases reivindicatórias. Como somos criativos. Provocativos. Denúncias as mais diferentes. Era como se os desejos se encontrassem na dispersão. O país não é mais o mesmo. E diga-se de passagem que a preparação para a Copa Mundial de Futebol ajudou a provocar essas mudanças a partir dos impactos culturais. O país não será o mesmo, até porque já não era mais o mesmo. No entanto, foi preciso um empurrão. Aos poucos, o desconforto com os preparativos impostos pela Fifa foi se acumulando. O Mundial de Futebol mostrou o quão aquém estamos dos referenciais de qualidade na prestação de serviços públicos e privados. O padrão Fifa sobrepôs ao jeitinho brasileiro, à improvisação, à falta de planejamento, ao não cumprimento de metas... A Fifa impôs a sua vontade, exigiu novas leis – inclusive revogou aquelas que eram impeditivas ao seus desejos – e obrigou a construção de novos estádios, com datas de entrega, até mesmo onde inexistente times de futebol, impôs o cumprimento das promessas declaradas para ser sede do mundial. As promessas não poderiam ser vãs. Os atrasos passaram a ser problema nosso. Cada visita da comissão organizadora da Copa do Mundo era uma chamada de atenção em público, que envergonhava a todos nós, que punha em dúvida se daria tempo ou não para concluir as obras. Os canais de televisão transmitiam os resmungos contra tudo e contra todos, que fragilizassem as metas. Aos poucos, o país se adequou às suas exigências. Havia inicialmente aquele sentimento de dúvida se daria tempo. A Copa das Confederações, ensaio primário do mundial foi o momento escolhido pelas lideranças para levar o povo as ruas. Foi incontido o movimento. Todas as faixas etárias foram as ruas a protestar contra o transporte coletivo e as suas tarifas, a denunciar o seu descontentamento com o conjunto público. Movimento social que se impôs sem partido, com lideranças diversas e ocultas, onde o Brasil não se fez presente pelos seus ídolos, e sim pelos seus filhos, que nunca fogem à luta.

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