Foi ontem mesmo e ainda deixa muita gente assustada. Um rapazinho nos Estados Unidos, armado com uma...
Foi ontem mesmo e ainda deixa muita gente assustada. Um rapazinho nos Estados Unidos, armado com uma automática, entra em sua escola e, sem mais nem menos, mata uma professora e 16 alunos (ou foram 26?).
Os jovens (kids) estão se tornando um reflexo daquilo que está acontecendo do lado de fora da escola. A maioria dos filmes americanos é de violência. Até os desenhos animados (Tom e Jerry, o Pica-pau e outros) revelam violência. O que aquele Pica-pau (Wood Pecker) apronta com seus desafetos é de assustar. Pura maldade.
Nunca se falou tanto em Direitos Humanos. Até onde esse leque de exigências vai parar, não sei. Enquanto a defesa está na área do humano, está certo, com restrições, é claro, ninguém vai defender o direito de andar nu. Há limites para tudo. O que está acontecendo é que estão falando até no “direito dos animais”. Ou eu não seis mais o significado do termo “direito”? Vi a foto de uma senhora, com um pit bull ao lado, seguro por uma corrente, defendendo o direito dos cães. As cascavéis têm direitos? Os escorpiões? O Aedes aegypti? Seu cãozinho é tratado a “ração balanceada”. Você não acha que ele tem direito a um bifezinho ou a um peito de frango pelo menos uma vez por semana? Você gostaria de comer apenas arroz com feijão a vida inteira?
Muito se fala nos direitos humanos, mas ninguém fala dos “deveres humanos”. Meus direitos têm limites. Se tenho direitos, posso jogar pedras na janela do vizinho? Posso quebrar as lâmpadas das ruas? Por que não falam nos “deveres”?
Em tudo o que fazemos há repercussões na vida dos outros. Os filhos não ouvem o que os seus pais falam, mas olham o que seus pais fazem. Se os pais fumam, eles também fumam. Se os pais bebem, os filhos também bebem. Se os pais dizem palavrões, os filhos imitam. Se os pais têm armas de fogo, eles também vão ter um dia.
Parece que o mundo está virando de cabeça para baixo. As culturas primitivas estão sendo destruídas. Está se impondo no mundo uma cultura comum. Uma “globalização” total. A cultura da Coca-Cola, do McDonald's, dos produtos químicos, substituem o alimento que a Natureza dos dá. Estamos sendo envenenados no corpo e no espírito. Que Deus nos acuda.
Volto ao tema da escola. “Muitos pais são os piores inimigos da educação. Não estão interessados na educação dos filhos. O que querem é que os filhos passem no vestibular.” (Rubem Alves)
Em tempos vividos, os filhos tomavam a bênção dos avós, dos tios e dos pais. Hoje os idosos são chamados de “burros” porque não sabem o que seja um iPod ou um Facebook.
Padre Prata
Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro
thprata@terra.com.br
Padre Prata escreve aos domingos neste espaço