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BÉLGICA 2009

Reginaldo Baleia Leite
Publicado em 02/09/2009 às 23:19Atualizado em 20/12/2022 às 10:48
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A edição de 2009 do GP da Bélgica foi, como sempre, repleta de surpresas. A maior delas aconteceu logo na classificação, com a pole de Fisichella na pífia Force-Índia. Fisichella não só fez a pole, como também conseguiu ser o quarto mais rápido no Q2, onde ninguém economiza nada, fatos inéditos na breve história da nanica equipe. Além da pole do Físico, as outras posições do grid - com Trulli na primeira fila; Heidfeld, na segunda e Kubica, na terceira, em carros que não vinham rendendo nada no campeonato até aqui - também foram surpresas. Spa-Francorchamps sempre foi assim, uma pista acima das demais no calendário. É uma pista completa, com relevo diversificado e todo tipo de curvas. A primeira delas, que é realizada em primeira marcha, e a Branchmont, que é feita a pleno de sétima marcha e, ainda, entre elas, a desafiadora Eau Rouge. É a pista que separa os homens dos meninos, isto é, quem sabe andar daqueles que simplesmente andam.   A corrida deste ano não foi tão movimentada quanto às edições mais recentes, já que um dos principais elementos de Spa não se fez presente, a chuva, que este ano só deu o ar da graça no primeiro treino de sexta-feira. Como Spa é Spa, já na largada um carro ficou e, estranhamente, ninguém bateu sério na La Source, a primeira curva do circuito e, antes de completar a primeira volta, quatro competidores ficaram de fora; entre eles, o líder do campeonato, Jenson Button. Foi a primeira vez que não completou uma prova neste campeonato. Apesar do abandono, que ele próprio foi o culpado, o prejuízo do inglês ainda foi pequeno, devido aos resultados de seus mais próximos perseguidores. Webber foi punido com drive-throung e chegou apenas em nono. Vettel, que era o mais atrasado em relação aos pontos, foi quem se classificou melhor, ficando com um terceiro lugar, ainda atrás de Barrichello na tabela.   O nosso Rubinho, que era o mais próximo de Button na tabela, era o mais bem posicionado no grid e poderia ser a pedrinha no sapato do inglês. Mas a sina do brasileiro novamente fez-se presente e, pela terceira vez no ano, ele se enrolou no momento crucial da largada. Um raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar, mas no caso de Rubinho, já caiu três vezes. Como diz o ditado, “dos males o menor”. Afinal, depois da péssima largada, um vazamento de óleo nas duas últimas voltas e não ser punido nesse momento, Barrichello ainda saiu no lucro. Foram apenas dois pontinhos. É azarado, mas apesar de tudo, ele ainda teve sorte no final. Além do desempenho excepcional e surpreendente de Fisichella, que conseguiu um ótimo segundo posto, ele chegou a ameaçar tomar a ponta do líder. Como disse um amigo meu: “Esse tal de quirs faz uma baita diferença numa pistona dessa”. E é uma verdade, o KERS foi um grande aliado do vencedor. O finlandês Kimi Raikkonen não vencia há um ano e meio, e ainda contava com um carro que também era carta fora do baralho, no degrau mais alto do podium para essa temporada. Isso tudo é o efeito Spa. Lá tudo pode e sempre é surpreendente. A lógica nos diz que os carros vermelhos não deverão vencer novamente esse ano, a não ser em Monza. Lá a Ferrari pode tudo, principalmente nos treinos.   Raikkonen tem se mostrado outro piloto depois do afastamento de Massa, mas, nas comemorações, continua o mesmo homem de gelo de sempre. Foi contagiante e até engraçado ver a euforia dos mecânicos da Ferrari, no momento em que se ouvia o hino italiano. Enquanto isso, víamos o finlandês no alto do podium, com uma expressão que nada tinha a ver com o momento. Reginaldo Leme soltou uma bomba domingo, durante a transmissão do GP Belga. Para quem ainda não sabe, é sobre o acidente de Nelsinho no GP de Cingapura, no ano passado. Aquela corrida da mangueira solta no carro de Massa, que culminou com a vitória de Alonso na corrida. Leme disse que o acidente teria sido premeditado, e por ordem de Briatore. Não duvido de nada. Agora dizem que o “Maliatore” pode ser banido da F-1 e que Nelsinho também teria sua carreira comprometida. Sobre Alonso ninguém diz nada, logo ele que foi o maior beneficiado na trama. Se sobrar para um dos pilotos, teria que sobrar também para o espanhol, que foi o único que ganhou com a farsa. Na verdade, a F-1 sempre conviveu com fatos inescrupulosos, mas nunca sobrou para ninguém. O próprio Flavio, na época do alemão, na Benetton, usava recursos proibidos em seu carro e nunca sofreu punição. O mais estranho é que os grandes meios de comunicações mundiais disseram que a fonte foi o comentarista brasileiro. No paddock, o assunto era tratado com ressalvas, mas foi só o jornalista brasileiro falar que muita gente falou também, porém tratando o brasileiro como o grande incendiário. Isso ainda vai gerar muitas discussões e pode ter um desfecho nunca imaginado.   Felipe Massa foi bem nos exames realizados nos EUA, mas a Ferrari disse que espera contar com os serviços do piloto apenas em 2010. Se fosse bem mesmo, o certo seria voltar para o carro o mais rápido possível, quem entende? Pizzonia, ex-F1, declarou que o mundo da F1 sofreria um baque essa semana. Ainda no domingo, o piloto de testes da Renault, Lucas Di Grassi, também falou em notícias bombásticas. A do Pizzonia deve ser do escândalo da Briatore, já a Di Grassi especula-se que seria sobre o Alonso, já no carro italiano, em Monza. Todas as partes negam.   Felicidades a todos!

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