Big Brother colorado

Vitrine. Foi nisso que se tornou o estádio Boulanger Pucci, lar do Uberaba Sport Club, nos últimos dias. Em entrevistas à imprensa local, muitos atletas dizem ter a esperança de que o Campeonato Mineiro lhes sirva de vitrine, para que eles sejam observados por empresários e grandes clubes do estado.   Na minha opinião, BP está parecendo, sim, um verdadeiro Big Brother. E, por mais que membros da diretoria e comissão não gostem, se algo acontece por aqueles lados hoje, amanhã estará na boca, nos olhos e ouvidos do povo. Eis o tal mundo globalizado.   Assim como no programa da TV, no BB-USC também acontecem intrigas e mal-entendidos entre os participantes. Com medo de deixar a “casa”, eles brigam, choram, ameaçam e jogam com a emoção do povo, ou melhor, do torcedor.   Exatamente como no programa, alguns brothers precisam deixar a casa. Enquanto isso, outros chegam. Com o passar dos dias, muitos vão para o famoso paredão. Uns conseguem voltar sãos e salvos, outros são eliminados, como aconteceu com o atacante Rafael Mota, dispensado do time na quarta-feira, 14. E, como acontecem nos realitys shows, tudo é atentamente observado pelo público. Qualquer passo em falso, logo o público cai em cima, a fim de eliminar um participante do jogo ou pressioná-lo, para que este melhore sua conduta dentro da casa.   Falando em jogo, os jogos são as provas mais importantes para aqueles interessados em continuar na brincadeira. Afinal, é assistindo aos jogos, sejam eles jogos-treinos ou não, que o público tem a chance de conhecer melhor cada brother do elenco colorado. Os dois últimos, contra o Sertãozinho, foram decisivos para alguns atletas, e o próximo, contra o Itumbiara, não será diferente. Rogério, lateral-esquerdo do primeiro duelo contra a equipe paulista, jogou bem, mas não fez o esperado pelo líder da casa, o técnico Michael Robin, e acabou sacado, ficando no banco de reservas na partida de quarta-feira, quando o USC venceu por 2 a 1, com gols de Fidalgo e Tiago Emílio. O primeiro, inclusive, deve ter se sentido aliviado, pois não vinha fazendo jus ao apelido colocado por ele mesmo, de Fidalgol.   No entanto, além de líder, Robin detém os poderes do anjo. Ou seja, ele pode mandar um participante embora, mas também pode fazer com que o mesmo participante fique, mesmo que o atleta não venha agradando tanto... Bom para o Fidalgo.   Porém, para quem acredita no poder absoluto do líder/anjo, cuidado. Diretores já mostraram deter certos poderes também. A volta do preparador físico Luís César, e a saída do Fábio Polim são provas disso. Então é isso. Durante os próximos meses, estaremos todos acompanhando o dia-a-dia em BP. Alegrias, tristezas, chegadas, partidas, confissões, gritos e cochichos... não perderemos nada. No fim, espera-se que o grande vencedor seja o Uberaba Sport.   E, que depois de ler, ouvir ou assistir a mais um capítulo deste jogo da vida real, o torcedor possa sonhar, ao invés de ter pesadelos...