ARTICULISTAS

Bis

Assuntos fervem, à disposição dos articulistas

Mário Salvador
mariosalvador@terra.com.br
Publicado em 24/09/2013 às 19:26Atualizado em 19/12/2022 às 10:56
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Assuntos fervem, à disposição dos articulistas. Mais ainda, porque velhos assuntos se renovam, pedindo bis. Há algum tempo, ao tratarmos, neste espaço, da roubalheira praticada por funcionária graduada do INSS, chefe de quadrilha que desviou uma fortuna da previdência, registramos: “Neste momento, em algum lugar do Brasil, alguém está desviando recursos públicos para o próprio bolso!” Sem prazo de validade, essa afirmativa jamais prescreverá, tão grande é a corrupção no país.

Agora uma poderosa quadrilha, espalhada por vários Estados e com membros acantonados no Ministério do Trabalho, tem dado enorme trabalho à Polícia Federal, que já chegou ao montante de quatrocentos milhões de reais subtraídos dos cofres públicos. A investigação vem de algum tempo. Escutas autorizadas possibilitaram levantamento do engenhoso esquema da quadrilha. Em uma situação semelhante e também recente, envolvidos perderam seus cargos, mas talvez nem precisem se preocupar com isso, pois, em geral, no Brasil, não se devolvem valores roubados de cofres públicos.

A situação vem se agravando, já que certas quadrilhas contam com a cobertura de policiais (alguns bem graduados) aos delinquentes que lhes esquentam devidamente os bolsos. O dinheiro mal ganho, além de colocar em risco a vida de colegas de farda, acaba por denegrir o nome da corporação a que policiais deveriam honrar. Alguns colaboram com banqueiros de jogo do bicho e cobrem quadrilhas especializadas em explodir caixas eletrônicos. É deprimente imaginar o poder do dinheiro sujo para comprar pessoas.

Os fatos lembram uma velha história de corrupçã Autoridades preocupadas com um posto fiscal de uma fronteira em que o contrabando rolava solto resolveram nomear para o cargo de fiscal um homem que não se deixava corromper e não dava vez ao contrabando. Quando esse homem assumiu o cargo, o contrabando foi a zero. Maravilha! Mas, depois de algum tempo, pediu aos superiores que fosse transferido dali. Curiosos, os chefes quiseram saber o motivo do pedido. “É que os contrabandistas estão chegando perto do meu preço!”

Diz o povo que cada homem tem seu preço. Lastimável que, no Brasil, em muitos casos, a voz do povo não possa ser desmentida.

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