Os jornais da imprensa nacional – escritos, falados ou televisivos – contam diariamente os sofrimentos e desgraças do mundo exterior – África, Europa, Ásia e até USA dos americanos. Do nosso Brasil interior contam os desastres de automóveis, alguns escândalos da gerência política, especificamente as roubalheiras e a imponência progressiva das drogas na nossa vida. Tudo é contado com panos quentes e macios, lá nos demais países ricos e importantes, não acreditando que este é o atual país das maravilhas.
Um gringo entusiasmado veio tomar banho de sol na praia maravilha, levou um balaço no pescoço e foi devolvido urgente, calado e embalsamado pra sua terra. Hoje num morro carioca (não o Alemão, é um tal Antares) um cinegrafista da Band levou um balaço no peito e morreu “naturalmente”, como acontece nos morros.
Devo lembrar uma crônica anterior, quando eu disse que era piada do governador carioca dizer que no assalto ao morro do Alemão as forças militares liquidaram com o tráfico e os crimes. Bravata política, uma especialidade brasileira. Aliás, eu escrevi que o Rio tem 14 morros, outros viriam logo após o Alemão – e a prova está aí. Dilma jogou sua bola de boliche, já derrubou seis, mas tem ainda muita coisa pra cair de strike.
Agora e em especial vou verificando que nosso mundo brasileiro está contaminado também nas corporações e lideranças não governamentais. As tais ONGs foram as primeiras: criam uma fachada e programas bacanas, e pront vão para os ministérios e governo pedir a verba para “movimentar” seus programas – com frequência uma picaretagem de distribuir dinheiro pelos corretores da política, e o resto nos seus bolsos.
Tem no governo um instituto fiscal de real apuração desta grana? Bobagem, muitas ONGs viram fumaça de cigarro, simplesmente desaparecem. Pior e além disso tudo é que este esquema vai entrando em todas as nossas estruturas físicas não governamentais. Existem agremiações múltiplas de beneficiar, vigiar e defender “o povo”. Os sindicatos e associações de classe são bons exemplos desta estratégia de pegar mamadeira legal.
Um exemplo pessoal hoje e simples: recebo o cálculo novo para pagar meu imposto territorial rural. Assusto-me: no ano passado ele era e paguei 3.098 reais. Agora e hoje a conta é 6.240 reais – ou seja 100% de aumento. Pergunto, e me dizem que este imposto não vai mais para o tesouro em Brasília, é distribuído aqui mesmo, prefeitura, sindicato rural, etc. – e vou entendendo porque em tempos antigos ninguém queria cargo nestas diretorias. É claro que nós todos esperamos conhecer os resultados e aplicações deste aumento que tão bem foi aceito... Algum otimista vai fazer discurs esperamos, companheiro, o resultado patriótico deste novo esforço! Ou, como na moda: vote em mim!
(*) Médico e pecuarista