A cena é comum: num encontro para um lanche
A cena é comum: num encontro para um lanche, amigos desfrutam de seus celulares. Mensagens vão e vêm, inclusive para colegas da mesa. E, com a modalidade selfie, mesmo sem o garçom como fotógrafo, não faltará ninguém na foto. Ninguém e nada: fotografar opções do cardápio é parte do pacote.
Estatísticos garantem haver mais celulares que habitantes na Terra: apesar de nem todos terem o aparelho, há quem tenha mais de um. O celular caiu no gosto do povo, apesar das reclamações por falta de sinal, chamadas interrompidas, som entrecortado e problemas no funcionamento.
Câmera fotográfica, filmadora doméstica, relógio de pulso, calendário e calculadora perderam terreno, enquanto agenda telefônica, rádio-relógio, telefone fixo, orelhão... podem cair definitivamente em desuso. É irônico ver alguém se proteger do sol ou da chuva sob o orelhão... enquanto fala ao celular. Companhias telefônicas, que já foram obrigadas a instalar orelhões mantendo determinada distância mínima entre eles, agora podem tirar de circulação quinhentos mil aparelhos.
Com a sofisticação para o envio de mensagem de texto e a possibilidade de acessar internet, ver as horas, calcular, despertar, fazer fotos, filmagens, gravações, chamadas com ou sem vídeo, reuniões virtuais, jogar, dentre outras funções, o uso do celular se intensificou. Além disso, o celular pode fazer fotos ou filmagens históricas ou capazes de elucidar fatos, bem como valer como recurso didático em aulas aprazíveis, localizar pessoas soterradas ou sequestradas que estejam com o aparelho, salvando vidas... enfim, pode ser usado de infinitas formas conforme a imaginação do usuário permitir.
Mas o uso de celular requer cuidados. Não deve acontecer, por exemplo, quando se está no trânsito, seja como motorista, seja como pedestre, pois a falta de atenção pode provocar acidentes. E a lei não perdoa motoristas usando celular.
Num teste feito por uma empresa japonesa, em que bonecos virtuais andavam pelas ruas falando ao celular, foram muitos os acidentes: esbarrões, encontrões, tropeções, quedas de aparelho... Ainda como parte do teste, a mesma empresa filmou a passagem real de pedestres num movimentado cruzamento de avenidas em Tóquio, quando o sinal para passagem de pedestres se abre. A cena parece inacreditável e permitiu constatar que, no mundo real, aconteceu aos pedestres em uso do celular o mesmo que no virtual: esbarrões, encontrões, tropeções, quedas de aparelho... Usando-se o celular, é impossível focar atenção no trânsito.
Ainda estamos aprendendo a conviver com esse aparelho de belo design e múltiplas funções. Mas o usuário civilizado se vale da instrução básica: use com moderação.