(Foto/Júnior Behrings)
Com novos empreendimentos imobiliários saindo do papel, Uberaba completa 204 anos e tem o desafio de promover expansão estruturada da malha urbana para o futuro. Além de preencher os vazios entre os loteamentos que surgiram nos últimos anos, a proposta é viabilizar o surgimento de novos bairros já equipados com toda a infraestrutura necessária para atender aos moradores.
A secretária municipal de Planejamento, Isabela Nascimento, avalia que, até então, o desenho da cidade era modelado pelos próprios loteadores e a situação acabou resultando em gargalos que precisam ser resolvidos. “O loteador encontrava a área mais interessante para o empreendimento e a gente vinha construindo a infraestrutura para abastecer esse grupo. Mas a lógica precisa ser diferente”, ressalta.
A partir da revisão do Plano Diretor e da elaboração do Plano de Mobilidade Urbana e dos estudos técnicos voltados ao setor de saneamento, a titular da pasta afirma que o Poder Público terá elementos para apresentar o desenho ideal da cidade aos futuros empreendedores e assim traçar diretrizes mais claras para o crescimento urbano. “Queremos criar bairros saudáveis para que as pessoas tenham atendidas as necessidades próximas de onde elas moram”, posicionou.
Conforme a secretária, uma tendência observada naturalmente é o adensamento populacional na região Leste da cidade. Isabela cita que, nos últimos anos, a área no entorno do Bairro de Lourdes recebeu diversos prédios voltados para a população de classe média e a movimentação deverá continuar devido à proximidade com a avenida Nossa Senhora do Desterro, que se tornou um eixo forte de comércio e serviços. “Já tem uma verticalização pujante que vai se intensificar. A pessoa comum quer morar perto de onde tem estrutura e tem tudo ali na vizinhança: escola, lojas, hospital. Por isso, acredito que a região estará bem diferenciada nos próximos cinco anos”, aponta.
Já no outro extremo, a secretária avalia que a abertura da avenida Interbairros e a presença do segundo shopping na Univerdecidade também torna a região Oeste atrativa para novos empreendimentos imobiliários nos próximos anos. “É algo positivo porque assim teremos as duas pontas do eixo leste-oeste equilibradas”, salienta.
A região Oeste foi justamente a aposta do grupo Inconew, que tem projeto para a construção de treze edifícios em área adjacente ao shopping. A proposta são 11 torres residenciais, uma para abrigar um hotel e outra destinada a salas comerciais.
De acordo com o CEO do grupo, Pedro Paulo Ferreira, a região Oeste é uma zona de expansão em Uberaba e está valorizada devido a vários investimentos em andamento. “Ter o Shopping como âncora, traz muita perspectiva para aquela região como lazer, moradia e trabalho. É o que nós consideramos uma oferta que entrega gentileza urbana, com empreendimentos que fomentem o encontro das pessoas. Foi isso que nos atraiu para aquela região, uma vez que em outros projetos nossos desenvolvemos a expertise em atuar na formação de centralidades que sirvam à circunvizinhança”, posiciona.
No entanto, a região Sul de Uberaba também atraiu a atenção do empreendedor. Eixo forte de desenvolvimento nos últimos anos, a área concentra atualmente loteamentos horizontais fechados e condomínios de luxo às margens da avenida Filomena Cartafina e também no entorno da MG-427. “Vários investimentos em infraestrutura, mobilidade e saneamento fazem dela uma região que permitirá projetos ousados em que a marca Inconew quer estar”, adianta.
Integrante do grupo G6, o empreendedor Alcino Scareli, considera a área próxima do acesso à MG-427 um grande filão para o setor imobiliário nos próximos anos devido às vias de acesso e à qualidade de infraestrutura urbana existente. Com isso, a perspectiva da empresa é expandir os empreendimentos na área. “Serão empreendimentos de médio e alto padrão condizentes com a região que estamos atuando e com a demanda de Uberaba e região”, acrescenta.
Nos planos para o setor, estão empreendimentos horizontais fechados e abertos com possibilidade de expansão para parcerias em verticalizações. A proposta são lotes a partir de 250 metros quadrados.
Independente de onde forem construídos os novos projetos, o arquiteto Marcondes Nunes de Freitas analisa que os empreendimentos deverão estar equipados pensando em sustentabilidade, com implementação de tecnologia de aquecimento solar, placas fotovoltaicas, sistema de reuso da água, estrutura que garanta a permeabilidade do solo e o emprego de materiais recicláveis na construção.
Além disso, o profissional aponta uma tendência para a redução da área construída dos imóveis e a oferta de espaços de uso comum dentro dos empreendimentos, como área gourmet, salão de festas, quadras de esportes, piscinas, academias e depósitos.